Café Brasil 352 – Bandido bom é bandido…
Luciano Pires -Bom dia, boa tarde, boa noite? E aí? Você anda preocupado com a violência urbana? Assustado com os mais de 50 mil mortos por ano? Sem conseguir compreender a falta de capacidade de resolver o problema que nossas autoridades demonstram? Farto dos nhém-nhém-nhém dos intelectuais que debatem enquanto o pau come aqui fora? Vamos nessa praia hoje. E se você ficar tentado a me chamar de reacionário após ouvir este programa, deixo com você uma frase de Nelson Rodrigues:
Sou reacionário sim. Reajo a tudo que não presta.
O Café Brasil chega até você com o suporte do Itaú Cultural, onde pessoas que se importam com os caminhos que o Brasil está seguindo, trabalham para que ideias, projetos e propostas surjam em todas as frentes. Eles sabem que é com a cultura evoluindo que conseguiremos combater os problemas que nos afligem. Acesse a página do Itaú Cultural no facebook e interaja com eles: www.facebook.com/itaucultural.
+ Ver roteiro completoE sabem quem vai ganhar o kit de produtos … apimentados oferecido pela DKT do Brasil? É o Geovani de Souza, que comentou assim o programa TIROS EM AURORA:
Olá Luciano!
Este episódio sobre “Tiros em Aurora”, seguido por “João Brasileiro Médio” e “Maus Professores”, somam referências daquilo que mais me intriga: conflito. Conflito de isolamento x social, ignorância x conhecimento, velho x novo. Me intrigam tanto que fiz questão de expor tais episódios em minhas aulas de Psicologia das relações humanas e Noções de Direito e Ética, matérias que estou estudando este semestre no Curso de Sistemas de Informação, no Interior do Paraná.
Devo dizer que este episódio me ajudou a horrorizar a turma durante uma aula de psicologia sobre conflitos. A professora trouxe a ideia de fazer uma rápida dinâmica para demonstrar como conflitos acontecem. A brincadeira, consistia de distribuir cartas que denominavam diversos problemas, individuais e organizacionais, os quais, eu imagino que você já esteja habituado a ouvir falar. Pois bem, em seguida, a instrução dela foi clara: “Defenda seu ponto de vista e argumente a respeito de por que vocês acreditam que este seja o maior problema de todos. Vamos escolher, por convencimento de TODOS, os seis maiores problemas.”.
Ela não teria dito nada melhor naquele momento, definitivamente. Eu, que sempre tenho a mania de sair da “Curva de Gauss” e agir de modo avesso, decidi comigo mesmo que causaria o maior conflito e seria eleito o maior problema. Parece loucura, mas nem mesmo eu tinha noção do quanto poderia ser construtivo VIVER o conflito. Em suma, enquanto todos argumentavam sobre problemas, eu argumentava sobre soluções.
Fiquei absolutamente triste por ver que as pessoas podem ser facilmente adestradas a seguir o plano e têm medo de arriscar. Cheguei a ouvir um “hipócrita”, indiretamente direcionado a mim, porém, ao invés de me sentir magoado, eu me senti feliz, pois era o sinal de que meu objetivo havia sido alcançado.
No fim da história, só elegemos o primeiro problema, a falta de comunicação, coisa que obviamente não faltou naquele momento, além de passarmos mais de 40 minutos discutindo sobre a falta de ética x falta de coragem.
Tenho que refenciar seu texto e dizer que eu saí da inércia, dando a cara a tapa para ajudar a produzir uma das melhores e mais curiosas aulas que já tive na vida. Mais uma vez obrigado por, indiretamente, me ajudar a “despocotizar” a aula de conflitos, com … conflitos! rs
Um abraço!
Outro abraço Geovani! É, meu caro, essa história de defender pontos de vista está cada vez mais complicada, especialmente quando vamos contra o senso comum, seja ele o real ou aquele que as minorias nos impingem através da imprensa. Fique esperto, meu!
O Geovani ganhou um kit especial da DKT do Brasil, que possui a maior linha de preservativos e géis lubrificantes do país, que garantem a prática do sexo seguro e do planejamento familiar. Você está curioso para saber o que tem no kit que o Gean ganhou? Acesse www.facebook.com/dktbrasil. O DKT você já sabe né: D de dado, K de Nakata e T de tatu e conheça mais sobre a empresa e seus produtos.
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No Brasil, após cada crime horrível sempre aparece uma autoridade rodeada de microfones para dizer: Não podemos tomar decisões no calor da emoção. É batata. Basta que a opinião pública emocionada comece a bradar por um endurecimento nas leis e lá vêm eles com a argumentação de sempre, o blá-blá-blá que atrasa as discussões e empurra com a barriga as mudanças. Até o próximo crime horroroso, quando a grita começa novamente.
Conforme o mapa da violência, desde 1997 a quantidade de homicídios no Brasil supera os 40 mil por ano, chegando ao pico de 51.434 em 2009. Mas números tão grandes não significam muita coisa, não é? Não dá pra dimensionar 50 mil homicídios por ano. Então vou ajudar a melhorar a perspectiva, olha só: são 4.166 mortos por mês, 960 mortos por semana, 137 mortos por dia, 6 mortos por hora. Ou uma pessoa assassinada a cada 10 minutos. Deu pra entender?
Quando você terminar de ouvir este programa, duas ou três pessoas terão sido assassinadas no Brasil.
De frente pro crime
João Bosco
Aldir Blanc
Tá lá o corpo
Estendido no chão
Em vez de rosto uma foto
De um gol
Em vez de reza
Uma praga de alguém
E um silêncio
Servindo de amém…
O bar mais perto
Depressa lotou
Malandro junto
Com trabalhador
Um homem subiu
Na mesa do bar
E fez discurso
Prá vereador…
Veio o camelô
Vender!
Anel, cordão
Perfume barato
Baiana
Prá fazer
Pastel
E um bom churrasco
De gato
Quatro horas da manhã
Baixou o santo
Na porta bandeira
E a moçada resolveu
Parar, e então…
Tá lá o corpo
Estendido no chão
Em vez de rosto uma foto
De um gol
Em vez de reza
Uma praga de alguém
E um silêncio
Servindo de amém…
Sem pressa foi cada um
Pro seu lado
Pensando numa mulher
Ou no time
Olhei o corpo no chão
E fechei
Minha janela
De frente pro crime…
Veio o camelô
Vender!
Anel, cordão
Perfume barato
Baiana
Prá fazer
Pastel
E um bom churrasco
De gato
Quatro horas da manhã
Baixou o santo
Na porta bandeira
E a moçada resolveu
Parar, e então…(2x)
Tá lá o corpo
Estendido no chão…
Esse é o clássico de João Bosco e Aldir Blanc, DE FRENTE PRO CRIME, numa daquelas interpretação definitivas de Simone… Antes você ouviu o próprio João Bosco, numa vídeo aula.
Um país que carrega nas costas 50 mil assassinatos por ano, ou quase 30 a cada 100 mil habitantes, não tem muita moral para pregar regras. Deveria pedir falência social e humildemente aprender com os países onde se mata uma fração disso. Todos sabemos o que precisa ser feito, não há segredos. E se não sabemos, copiemos!
Maioridade penal por exemplo. No Brasil, Colômbia e Peru é de 18 anos. E nos outros países? Portugal, 16 Alemanha, 14 Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia, 15 Espanha, 14 França, 13 Itália e assim vai.
Se você quiser ver a relação completa entre no texto que está no www.portalcafebrasil.com.br .
(14 Polônia, 12 Inglaterra, 10 Escócia, 8 Bélgica, 16 Rússia, 14 Ucrânia, 10 Hungria 12-14 Suíça, 10. Canadá, 12 Estados Unidos, 6-12 (conforme o estado) México, 6-12 (idem) Argentina, 16-18. África do Sul, 10 Argélia, 13 Egito, 15 Etiópia, 15 Marrocos, 12 Quênia, 8 Sudão, 7 Tanzânia, 7 Uganda, 12. Irã, 9-15 Turquia, 11. Japão, 12 China, 14 Singapura, 7 Coréia do Sul. 12 Filipinas, 9 Índia, 7 Nepal, 10 Paquistão, 7 Tailândia, 7 Uzbequistão, 13 Vietnam, 14 Nova Zelândia, 10 Austrália, 10).
Mas no Brasil do blá-blá-blá, enquanto discutimos a filosofia da maioridade penal à procura de uma solução brasileira, mais um é morto. E outro. E mais um. E outro…
O meu guri
Chico Buarque
Quando, seu moço
Nasceu meu rebento
Não era o momento
Dele rebentar
Já foi nascendo
Com cara de fome
E eu não tinha nem nome
Prá lhe dar
Como fui levando
Não sei lhe explicar
Fui assim levando
Ele a me levar
E na sua meninice
Ele um dia me disse
Que chegava lá
Olha aí! Olha aí!
Olha aí!
Ai o meu guri, olha aí!
Olha aí!
É o meu guri e ele chega!
Chega suado
E veloz do batente
Traz sempre um presente
Prá me encabular
Tanta corrente de ouro
Seu moço!
Que haja pescoço
Prá enfiar
Me trouxe uma bolsa
Já com tudo dentro
Chave, caderneta
Terço e patuá
Um lenço e uma penca
De documentos
Prá finalmente
Eu me identificar
Olha aí!
Olha aí!
Ai o meu guri, olha aí!
Olha aí!
É o meu guri e ele chega!
Chega no morro
Com carregamento
Pulseira, cimento
Relógio, pneu, gravador
Rezo até ele chegar
Cá no alto
Essa onda de assaltos
Tá um horror
Eu consolo ele
Ele me consola
Boto ele no colo
Prá ele me ninar
De repente acordo
Olho pro lado
E o danado já foi trabalhar
Olha aí!
Olha aí!
Ai o meu guri, olha aí!
Olha aí!
É o meu guri e ele chega!
Chega estampado
Manchete, retrato
Com venda nos olhos
Legenda e as iniciais
Eu não entendo essa gente
Seu moço!
Fazendo alvoroço demais
O guri no mato
Acho que tá rindo
Acho que tá lindo
De papo pro ar
Desde o começo eu não disse
Seu moço!
Ele disse que chegava lá
Olha aí! Olha aí!
Olha aí!
Ai o meu guri, olha aí
Olha aí!
É o meu guri!…(3x)
Ah…divina Elza, Elza Soares. Não sei se alguém interpreta O MEU GURI, de Chico Buarque como ela…
Então, chega né!
Chega de mudanças incrementais, cosméticas e marqueteiras na gestão da segurança pública brasileira. Chegou a hora de um choque de gestão, de competência. Um choque de coragem.
É claro que a solução não está numa ação tática isolada, como é o caso de baixar a maioridade penal. Isso por si só não resolverá o problema, mas é um começo de ação que, no mínimo, mostra que algo está sendo feito na busca por resultados diferentes. É o somatório de pequenas ações táticas de curto, médio e longo prazos, alinhadas a uma estratégia, que mudará o cenário. Mas aqui no Brasil transformamos o que deveria ser uma discussão técnica num embate político ideológico. E dá-lhe blá-blá-blá.
Enquanto isso, morre mais um. E outro. E no final do ano serão 50 mil. Já nos conformamos com isso e nos contentamos em viver na esperança de que um dia isso vai mudar. Mas esperança nunca foi estratégia.
Algo precisa ser feito. Se não no calor da emoção, quando?
Então. Essa aí, sabe quem é? É a Sandra de Sá, que para mim é uma das maiores cantora deste país, mas a turma não dá muita bola pra ela. Fala a verdade, ela também arrasa, não é?
E então encontro um texto do filósofo Luiz Felipe Pondé, chamado O bandido e o frentista, que vai fazer muita gente ficar nervosa, por simplesmente dizer a verdade. Vamos lá?
A população está entregue às traças, enquanto nos palácios, gente inteligentinha de todo tipo (com o mesmo caráter da aristocracia pré-revolucionária de Versailles) discursa sobre “direitos humanos dos bandidos”, toma vinho chileno, paga escola de esquerda da zona oeste de São Paulo que custa 3 mil reais mensais e vai para Nova York brincar de culta.
A inteligência ocidental está podre, mergulhada em seus delírios de reconstrução do mundo a partir de seus três gnomos Marx, Foucault e Bourdieu.
Nós, desta casta de ungidos, desprezamos o povo comum porque pensamos que o que eles pensam é coisa de gente ignorante.
Outro dia fui abordado por um frentista num posto perto da minha casa na zona oeste (perto daquela praça destruída aos domingos pelas bikes -“bicicletas” na língua de pobre). Ele disse: “O senhor não é aquele filósofo da televisão?”. E continuou: “Não pense que porque somos proletários, não entendemos o que o senhor fala na televisão”.
Quem adivinha do que ele queria falar? Este posto sempre foi 24 horas e agora não é mais. Por quê? Disse ele que estavam todos, do dono aos funcionários, cansados de serem assaltados toda noite. Disse ele: “O ladrão vem na sua moto, para, põe a arma na nossa cara, rouba tudo, ameaça nos matar e vai embora. E nada acontece”.
E mais: “E fica todo mundo preocupado com o direito dos bandidos. Onde ficam os direitos de quem trabalha todo dia?”.
Vou dizer uma blasfêmia, dirão alguns dos meus amigos da casta inteligentinha: se preocupar com direitos dos bandidos é apenas um modo chique de continuar se lixando para o “povo”, assim como os coronéis nordestinos sempre se lixaram, a diferença agora é que a indiferença para com o destino das pessoas comuns vem regada a vinho chileno e leituras de Foucault.
A “elite branca letrada” é completamente indiferente para com o destino desse frentista.
Ele pede para que a polícia “acabe com os bandidos para ele poder trabalhar e a mulher e filhos dele não serem mortos”. Ingênuo? Simplista? Talvez, mas nem por isso menos verdadeiro na sua demanda “por direitos”.
A verdade é que estamos mergulhados num blá-blá-blá pseudocientífico das razões que levam alguém a ser bandido, seja qual for a idade, e enquanto isso esse frentista se ferra.
O que terá acontecido, que de repente a elite letrada e pública ficou tão “sensível ao sofrimento social” e tão indiferente ao sofrimento desta “pequena gente honesta”? Até escuto alguns de nós dizer: “São uns mesquinhos que só pensam nas suas vidinhas”. Quem sabe alguns mais anacrônicos arriscariam: “Isso é resquício do pensamento pequeno burguês”.
A verdade é que nós estamos pouco nos lixando para o que essa gente que anda de metrô, trem e quatro ônibus sofre. Todo mundo muito “alegrinho” com a PEC das empregadas domésticas, mas entre elas e os bandidos a vítima social são os bandidos.
A pergunta que não quer calar é: por que em países islâmicos, por exemplo, com alto índice de pobreza, não existe criminalidade endêmica? Será que tem a ver com medo da terrível punição corânica?
Dirão os inteligentinhos que a causa da criminalidade é social. Hoje em dia, “causa social” serve para tudo, como um dia foram os astros e noutro a vontade dos deuses.
Não nego que existam componentes sociais de fome e sofrimento na causa do comportamento criminoso, mas ninguém mais leva em conta que a maioria que vira bandido porque não quer trabalhar todo dia como esse frentista.
Ser bandido é, antes de tudo, um problema de caráter. E esse frentista, pobre também, sabe disso muito bem, só quem não sabe é minha casta de inteligentinhos.
O que dirão os inteligentinhos quando esse contingente de verdadeiras vítimas sociais do crime começarem a se organizar e matar os bandidos à sua volta? Pedirão a alguma ONG europeia para proteger os bandidos dessa gente “mesquinha” que só pensa em sua casinha, seus filhinhos e seu dinheirinho?
Acusarão essa gente humilhada e assaltada de não ter “sensibilidade social”? Dirão que soltar bandidos na rua é “justa violência revolucionária”?
Coisa assassina
Gilberto Gil
Jorge Maultner
Se tá tudo dominado pelo amor
Então vai tudo bem, agora
Se tá tudo dominado
Quer dizer, drogado
Então vai tudo pro além
Antes da hora
Antes da hora
Maldita seja
Essa coisa assassina
Que se vende
Em quase toda esquina
E que passa por crença
Ideologia, cultura, esporte
E no entanto é só doença
Monotonia da loucura, e morte
Monotonia da loucura e morte
Eis aí os velhinhos… Caetano Veloso e Jorge Mautner, ambos com mais de 70 anos, cantando COISA ASSASSINA, de Gilberto Gil e Jorge Mautner. O que será essa coisa assassina vendida em quase toda esquina, hein?
Você ficou incomodado com o texto do Pondé? A Ciça está espumando, cara…
Qualquer pessoa que já lidou com planejamento estratégico sabe que existem medidas a serem tomadas em situações de crise. Por exemplo, 50 mil assassinatos por ano no Brasil. Se isso não é crise, o que que é? Quando topamos com um problema assim, é necessário elaborar um PAI – PLANO DE AÇÃO IMEDIATA, composto de ações que têm efeito imediato para enfrentar a crise. Em paralelo, começam a ser colocadas em prática as ações de médio e longo prazos.
A solução “melhorar a educação”, por exemplo, não tem nenhum efeito de curto e médio prazo sobre o problema da violência no Brasil. É fundamental para as próximas gerações, mas não resolve a crise.
]Não sou expert no tema segurança (embora isso seja discutível, pois quem nos colocou na situação de hoje foram exatamente os expérrrtos, não é, mas imaginei algumas ações para um PAI – PLANO DE AÇÃO IMEDIATA PARA COMBATER A VIOLÊNCIA URBANA. São ideias que surgem agora, sem ordem de importância e sem mergulhar fundo no assunto, especialmente nas questões filosóficas e ideológicas. Alguém dirá que são óbvias. Outros que são coisa de reacionário. Pois é…
Vamos então, ao som de A PAZ, de Gilberto Gil, com o piano de João Donato,
com aquelas sugestões de ações de efeito IMEDIATO. Deixa eu repetir: de efeito IMEDIATO. Lá vão.
– Redução da maioridade penal. Por mim seria de 12 anos de idade, ou nem teria uma idade definida. Cada caso será um caso, julgado conforme as circunstâncias. O objetivo principal é dificultar que os maiores usem os menores como válvula de escape.
– Privatização do sistema prisional. Com uma proposta generosa que garanta um bom retorno a quem investir nas penitenciárias. Mesmo que o custo monetário seja superior ao atual, valerá a pena diante do custo social que não contabilizamos hoje. Penitenciárias modernas, cabendo ao governo a função de fiscalizar o sistema.
– Combate ao tráfico de armas. É uma vergonha o que acontece hoje. Essa é uma função do governo que simplesmente não é cumprida por não ser considerada prioritária ou talvez por ferir alguns interesses econômicos.
– Para as polícias: melhoria salarial, equipamentos de primeira linha, sistema de recrutamento e seleção eficientes e modernos. Ah, não tem dinheiro pra isso? Mas R$ 40 bilhões pra Copa do Mundo tem, né?
– Uma limpa no corpo policial e no judiciário, caçando impiedosamente os elementos corruptos.
– Implantação da política de tolerância zero nas áreas de maior índice de criminalidade. Não sabe como? Contrate uma consultoria com Rudolph Giuliani e a turma de Nova York.
– Uma agressiva campanha de comunicação, criada e implementada pelo marqueteiro do PT, o João Santana, para acabar com a imagem de que a policia é contra os pobres e oprimidos. A campanha combaterá o viés ideológico e motivará a população a trabalhar em conjunto com a polícia.
Putz… Mas que coleção de obviedades. Pois é. Mas se é tão óbvio, por que não fazemos?
Muito bem. Enquanto isso, vamos buscando coisas interessantes. Na página da Pellegrino no Facebook, por exemplo, com várias informações relevantes sobre o universo automotivo. E de quebra, se você clicar no link da promoção, ainda concorre a um GPS e a tocadores de MP3 automotivos do Brasil! A Pellegrino distribui algumas das mais importantes e melhores marcas de produtos automotivos do Brasil. www.facebook.com/pellegrinodistribuidora. Dê uma passadinha lá. Vale a pena!
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Muito bem, eu passei aqui sete sugestões de AÇÕES DE CURTO PRAZO (entendeu? EFEITO IMEDIATO) que surgiram assim, na hora, sem muito pensar a respeito, baseadas apenas no bom senso. Daria pra colocar muitas mais, e você deve ter outras aí. Que tal escrever na área de comentários suas sugestões? Resista à tentação de me xingar de ignorante ou reacionário. Em vez disso tente colocar argumentos e alternativas para enfrentar a crise.
Não xingue, argumente. Eu sei que é difícil, mas só assim o mundo anda.
Olha o menino
Helião
David Corcos
Kool G. Murder
(Negra Li)
Olha o menino, ainda não tem idade, mais realidade aí a fora filho chora pode ser bem triste, miséria existe nos quatro cantos da grande cidade, cheio de coragem de lutar que tem, vendendo dropes no trem, hoje em dia outra história, menino não joga bola, não joga, olha o menino na escola, viu!!! ensinaram que um pedro descobriu o Brasil, esqueiro pro paviu, dinheiro ninguém viu, negreiro pro navio negreiro, e pode ser um pesadelo, olha o menino está perdido por inteiro, está perdido por inteiro.
(Helião)
(boa boa) e o menino tá perdido, tá perdido na ilusão, e o político vendido tá vendendo solidão e a solidão não é soluçao pra nóis, e a solidão não é soluçao pra nóis.
Como é que se faz pra comprender esse problema, como é que faz pra resolver não faz esquema, e o esquema faz assim o seu lema é dindim e o menino esquecido até o fim.
(Negra Li)
Olha o menino, ainda não tem idade, mais realidade, a criminalidade pode ser bem feio, daquele jeito, olha o menino resolvendo, bate de frente a repressão, olha o ministro cadê a educação? olha o menino no jornal televisão, no jornal televisão.
(Helião)
Vejo a televisão, eu sou um cidadão, faça reflexão, não acho sério não, menino não tem culpa não, político ladrão, dinheiro não é problema é solução, cadê então?
E quem te viu quem te vê doidão, o que era cinco agora é dez é a inflação, valor é cifrão por favor presta atenção aqui helião, tamo no mesmo barco na mesma situação, sou malucão a minha eu faço e não to por acaso, e os mano aqui não vai ter dó maluco só, pra não chorar vou falar, vou rir, com a Negra Li haha…
(Negra Li)
Eu to aqui haha foi bom pra mim se pa, é zona norte, Brasilãndia não é Disneylãndia, passei a minha infãncia toda por ali, onde é melhor se respeitar pra não morrer, não pode se perder e ainda tem quem pense assim, maiores são valores pra nos sobram as dores, pisaram sobre as flores periferia é um jardim, onde se plantam amores e as dores.
(Helião e Negra Li)
Vou cantar que é pra ver um bom lugar eu vou, vou cantar que é pra ver um bom lugar, pra ver a vida do menino mudar da água pro vinho, brindar pra que se abram os caminho (dimdim)
Vou cantar que é pra ver um bom lugar eu vou, vou cantar que é pra ver um bom lugar, na humildade hoje e sempre maluco só é a gente é ruim de se quebrar essa corrente….
E então, ao som de OLHA O MENINO, com Helião e Negra Li que mais um Café Brasil que tratou da violência, vai saindo de mansinho.
Com o pacífico Lalá Moreira na técnica, a beligerante Ciça Camargo na produção e eu, este reacionário de uma figa, Luciano Pires, na direção e apresentação.
Estiveram conosco o ouvinte, Geovani Souza, Luiz Felipe Pondé, João Bosco, Simone, Elza Soares, Sandra de Sá, Caetano Veloso com Jorge Mautner, João Donato e Helião com Negra Li. É mole?
Este programa chega até você com o suporte do Auditório Ibirapuera, um lugar onde as energias são canalizadas não para a violência, mas para a mais pura experiência da arte. Se você não conhece, tem que ir lá. Acesse o www.facebook.com/auditorioibirapuera, dê uma olhada nas novidades e vá até lá conhecer. E depois me diga o que achou!
Este é o Café Brasil. De onde veio, tem muito mais: www.portalcafebrasil.com.br
E pra terminar, uma frase do poeta, filósofo e escritor alemão Friedrich Schiller:
A violência é sempre terrível, mesmo quando a causa é justa.