LíderCast 97 – Michael Oliveira
Ciça Camargo -Luciano Muito bem, mais um LíderCast, esse aqui sempre começando agora contanto como é que essa figura veio parar aqui. Isso aqui é um caso antigo, eu me lembro. Na verdade a gente teve um contato mais próximo quando eu fui lançar o podcast Café Brasil número 500, que era um número de peso, um número grande e eu queria botar um depoimento legal e de repente o depoimento dele pinta ali e o bicho abre a boca e começa a falar da história do caso dele com o Café Brasil, mas lembrando dos nomes dos programas, como é que era, o que aconteceu em cada um, foi um depoimento super legal, está lá registrado no Café Brasil 500. Depois, a gente acabou mantendo alguns contatos aí e o bicho virou colega podcaster e está aqui hoje pra gente trocar nossa ideia aqui. Vamos às três perguntas fundamentais: seu nome, sua idade e o que é que você faz?
Michael Meu nome é Michael Oliveira, eu tenho 41 anos e eu faço um bocado de coisa. Eu sou diretor de operações de uma empresa de transporte, eu vou falar um pouco disso, sou podcaster, sou fundador do Instituto Brasileiro de Liderança e através desse trabalho, criei um avatar chamado Líder HD e tem vários conteúdos via internet e tenho outras cositas más aí que a gente vai falar.
Luciano Você está parecendo eu, quando a pessoa pergunta para mim: o que é que você faz? Eu respondo assim: Você tem tempo? Nasceu aonde, Michael?
Michael Eu nasci no interior do Rio de Janeiro, em Barra do Piraí, mas só nasci lá, eu fui criado no Rio, meu pai assim como eu, tinha uma carreira que viajou muito e tal e ele…
Luciano O que seu pai fazia?
Michael … meu pai foi, como é que chamava o termo? Era inspetor de banco? Seria auditor de banco, depois ele foi gerente de agência, na época do Unibanco e ele rodou muitos lugares, não parava muito não, mas eu acabei sendo criado no Rio de Janeiro. Meus pais separaram muito cedo e tal e morei para lá um tempo, mais tarde eles separaram eu era bem novo ainda e aí eu fui criado na cidade do Rio.
Luciano Pela mãe só?
Michael Pela mãe.
Luciano Sua mãe fazia o quê?
Michael Minha mãe era modelista, sempre trabalhou com moda, com confecção ela chegou a ter confecção também e na época eu morava com ela, via meu pai nos finais de semana, teve um período que eu morei com ele também, então na verdade esse período meu de infância ele foi bastante conturbado, toda criança tem sonhos, eu tinha um plano de fuga, meu sonho era morar sozinho, meu sonho era ser grande.
Luciano Então, isso que eu ia te perguntar, o que o pequeno Michael queria ser quando crescesse?
Michael Queria ser livre. Porque na verdade a separação dos meus pais foi uma separação muito conturbada, eles não se davam muito bem, principalmente minha mãe, minha mãe não se dava muito bem com meu pai e aí eu tive uma infância difícil do ponto de vista psicológico…
Luciano Você tem irmãos?
Michael … tenho, eu tenho uma irmã mais nova, dois anos mais nova e uma irmã do segundo casamento do meu pai, que é a Natália. Então a Fabiana do primeiro casamento, a Natália do segundo, duas queridas.
Luciano Mas esse perrengue todo então foi em dois, era você e sua irmã?
Michael É, mas eu acho que eu, por ser mais velho, eu não sei, eu vivi mais um pouco esse drama e aí, que coisa curiosa, como é que você às vezes potencializa energia para as coisas. Eu tinha um plano de fuga, então quando eu tinha 14 anos, meu pai pagava a escola e como eles não se davam muito bem, dava o dinheiro para mim, para eu pagar a escola e aí sem eles saberem eu deixei a escola, me matriculei num curso de preparação para esses cursos de exército, marinha e aeronáutica e tal e eu queria fazer o colégio naval, mas eu não queria trabalhar, assim, ter uma carreira de militar, na verdade eu queria sair de casa e aí quando eu estudei essas coisas eu vi que, pô, colégio naval fica lá em Angra dos Reis, tu fica lá, não fica em casa, falei pronto, é meu passe de liberdade e aí eu estudei igual a um louco, se teve um ano na minha vida que eu estudei foi aquele, estudei alucinadamente e aí passei no colégio naval, naquele ano foram 20 mil candidatos para 100 vagas e aí eu passei, aí pô, porque você não está conversando hoje com um marinheiro?
Luciano Então, mas aí você foi fazer, você foi fazer o colégio naval?
Michael Fui, aí o que aconteceu? No exame médico eu descobri que eu tinha daltonismo…
Luciano Que idade você tem?
Michael Eu tenho 41.
Luciano Que idade você tinha na época?
Michael 14.
Luciano Você com 14 anos tomou essa decisão de ir fazer e aí, como é que pintou?
Michael Aí fui para o exame médico, enfim, uma bateria de exames pesados e lá eu descobri que eu tinha daltonismo, eu não sabia nem o que era daltonismo, não fazia ideia do que era isso e aí eu fui reprovado, naquele ano, curiosamente, eu fiz prova para Epicafes, eu fiz prova para a federal de química, Cefet, eu passava em tudo, eu fazia só para poder aprender aquele ritual do concurso, de chegar no lugar antes e tal, isso é uma parte importante para quem faz concurso, mas eu acabava não me matriculando porque o meu objetivo era o colégio naval, aí o colégio naval foi o último a fazer, chegou lá tomou pau por causa do exame médico, na época eu entrei com recurso e tal, mas não tinha jeito.
Luciano Não rolou?
Michael Não rolou. O negócio com verde, cinza, rosa, azul, roxo, faço uma confusão desgraçada.
Luciano Pô que interessante.
Michael É um negócio curioso. Assim nuances de cor, só com nuances de cor, eu enxergo as cores com clareza, mas algumas nuances eu fico… me dá trabalho.
Luciano E o teste pegou isso, foi pegar isso? Então, como é que é uma brochada desse tamanho com 14 anos, com tudo na mão para fazer acontecer. E aí?
Michael Foi uma decepção porque na verdade não era o colégio naval, era a liberdade, então aí nessa ocasião fiquei bem pra baixo e ai fiquei pensando em outras alternativas. Na época eu também, minha relação com a minha mãe estava muito difícil também, morando no Rio e aí fui morar, pela segunda vez, com o meu pai, isso eu já estava com 15 anos, ele já tinha terminado a carreira dele de banco, ele abriu um negócio, ele tinha um materiais de construção e tal e eu fui trabalhar com ele e aí eu comecei lá também maquinar a minha fuga, assim como é que eu faço para ter a minha independência, então com 17 anos eu tinha meu salário e eu fui morar sozinho, montei um apartamento e tal, comecei a dividir com um amigo e tal e continuei estudando, então assim, a minha necessidade de independência era muito forte, isso me moveu muito tempo.
Luciano Teus pais estão vivos ainda?
Michael O meu pai morreu com 52 anos, há treze anos, era uma figuraça, um cara espetacular e a minha mãe está viva, ela mora em, inclusive vou visitá-la em breve, ela mora em Balneário Camboriu, em Santa Cararina.
Luciano E a relação agora?
Michael Tranquila, sossegada.
Luciano A maturidade de ambos traz…
Michael Com certeza, assim a minha mãe teve uma infância muito difícil, meu pai foi o primeiro namorado dela, um casamento que não dá certo, então assim, a pessoa fica triste, fica sofrida com isso.
Luciano Então essa tua loucura pela liberdade explica um monte de coisas, você com 17 anos estava morando aonde lá que você arrumou teu primeiro emprego?
Michael Então, nessa primeira vez que eu fui morar sozinho eu morava em Paraíba do Sul, morava em Paraíba do Sul…
Luciano Onde é isso?
Michael … Paraíba do Sul é uma cidade do interior do Rio de Janeiro, fica ali perto de Petrópolis, naquela região ali e foi lá que eu conheci a minha atual esposa, minha mulher eu conheci eu tinha 17 anos, toda vez que eu falo eu erro, ela me chama a atenção, mas são vinte e poucos anos juntos aí, 23, 24 anos juntos, eu e a Zi, lá eu conheci ela e logo depois eu fui para Juiz de Fora, que é uma cidade próxima, para poder terminar meus estudos ali e na época, em função até dos contatos que meu pai tinha, ele conseguiu um trabalho para mim no Unibanco. Eu fui trabalhar como contínuo, um cargo que nem existe mais hoje, mas é boy, então você imagina eu como boy, na época eu já me bancava, eu era, inclusive eu era muito orgulhoso, era aquele adolescente tinhoso, era um cara do bem, bacana, mas eu era meio orgulhoso e aí eu não queria dinheiro do meu pai sabe, eu queria ter a minha vida. Então me ferrei todo, passava a semana com cinco pacotes de miojo.
Luciano Quanta gente tem uma história assim para contar.
Michael Foi uma fase difícil e morando em república.
Luciano E você estava estudando o quê?
Michael Na época eu terminei o ensino médio e para a faculdade e eu sofria de um negócio curioso assim, que na verdade é hoje a minha singularidade, eu gostava de tudo, eu poderia fazer qualquer curso, eu poderia fazer engenharia, medicina, psicologia, administração, eu gostava de tudo e quando a gente… eu acho… eu me identifiquei muito, por exemplo, com o filme que é “O Divergente”, aquele que a pessoa quando joga tem que escolher um caminho e para ela aquilo não faz muito sentido e eu gostava de tudo, ficava com aquela paranoia e fui tentando, fui mapeando e tentando, eu fiz vestibular para, na época informática, não me lembro o nome do curso, acabei fazendo psicologia, adoro psicologia, no meio do curso eu falei assim eu não vou ser um psicólogo, apesar de adorar o assunto, adoro a coisa da pessoa humana, de estudar a psique, essas coisas, mas eu falei não, não é essa carreira que eu quero e aí ao longo do tempo eu fui tentando tatear o caminho que eu ia seguir e nesse tempo, na minha carreira, eu mexo com tudo, com TI, com criação, com marketing, com vendas, parte de processo, eu tive empresas de assim, minha carreira foi toda… eu fiquei no banco pouco tempo, eu tinha uma carreira assim bem rápida, eu fiquei ali três anos. Eu fui boy, fui assistente, fui caixa, fui assistente de gerente e foi uma coisa curiosa, porque quando eu era boy, sobrava algum tempo, eu ficava lá no almoxarifado do banco, na época tinha isso, olhando os formulários e lendo, então eu comecei a ler e por fim eu entendia tudo, como é que era leasing, como é que era capitalização, como é que era fazer uma proposta de operação, borderô de desconto e tal, aonde eu bati na mesa do gerente e falei assim: eu queria vender seguro, você deixa? Você está maluco? Você é um moleque, você é um boy, tu não sabe nada. Falei deixa, já terminei meu trabalho, todo dia eu levo duas horas para fazer isso aí, eu fico no salão vendendo seguro. Deixa? Você não sabe. Deixa. Insisti e ele falou então “tá”. Aí deixou e aí de repente um boy na agência vendendo seguro, mais do que o gerente, que eu era atasanado, eu chamava o pessoal e apresentava o produto e tal e aí a própria equipe começou a jogar os casos para mim, eles tinham o relacionamento e eu tinha a técnica, assim meio que inconsciente, claro e aí foi embora, eu cresci ali e mais tarde um cliente meu, que tinha uma transportadora, me convidou para ir trabalhar com ele e eu fui, essa brincadeira de transporte tem vinte anos…
Luciano Aí você entra no mundo da logística.
Michael … no mundo da logística, que é outro universo.
Luciano Muito bem. Vamos tentar entender aqui então, eu estava tentando pescar aqui para ver se você estava indo para o lado do empreendedorismo independente ou para dentro do mundo corporativo. Você falou um negócio interessante aí que me lembrou essa história toda do “eu podia ter feito qualquer coisa”, eu não gostava de tudo quando eu era… aliás deixa eu voltar aqui… isso aqui não é uma entrevista, é um bate papo, portanto você aí ô fariseu que vai me escrever para dizer que eu falo demais, a ideia aqui é exatamente isso, é os dois, é bater bola, sai um insight eu falo um pouquinho, você fala um pouquinho, nós fazemos um bate bola como se estivesse conversando num boteco. E eu também passei por essa coisa toda aí de eu vou ter que abraçar o mundo, eu vejo aquela formação de cartunista, cartunista faz cartum sobre qualquer coisa e sabe como é que eu resolvi o problema? Eu fazia comunicação, serve para tudo, estou com o diploma de comunicador na mão, agora posso falar de qualquer coisa, serve para tudo, é uma brincadeira, mas é a forma que eu encontrei de abraçar essa curiosidade imensa aí.
Michael É porque o mercado meio que tenta botar você numa latinha, numa caixa, tem hora que não dá….
Luciano E muita gente fica presa nisso, porque fala pô, fiz engenharia, logo terei que arrumar um emprego na engenharia, vou seguir como engenheiro e de repente você descobre que não era esse o caminho e tem muita gente que demora muito para se libertar disso aí. E eu costumo dizer o seguinte, nada disso é perdido, quer dizer, não importa o que é que você fez, se você fez uma formação boa, não interessa do que foi, você fez um baita curso, com uma baita formação de culinária, de chef culinário, nada impede que você seja presidente de uma multinacional de energia atômica lá na frente porque uma coisa é você fazer a sua formação, a outra é aquilo que você vai ser lá na frente, eu estou cheio de conversar com gente aí que puta, me formei em A, hoje sou B e não tinha a menor ideia de que eu ia chegar nesse caminho aqui. Essa é a beleza da vida da gente. Mas então, você então entra nesse mundo da logística e vai ser funcionário de uma empresa de transportes, legal.
Michael Entrei pela porta de vendas…
Luciano Casado?
Michael … ali eu já morava junto com a Zi, ela foi chegando, quando eu fui ver ela estava lá, então a gente não casou mas estamos aí há vinte e poucos anos juntos. Mas sim, nessa época já estávamos juntos, morando juntos e aí eu fui para a área comercial, rapidamente cheguei a gerente comercial e tal, passei por algumas empresas. Eu lembro que uma virada importante que eu tive na carreira, e assim, com essa coisa de muitas possibilidades, eu fazia site, eu tinha blog, isso lá em mil novecentos e bolinha, no começo dos anos 2000, antes dos anos 2000 eu tinha um site que eu tirava fotos, quando eu ia em festa e tudo mais e compartilhava com os amigos e eles iam lá e comentavam e na época não existia Facebook, quer dizer, entendeu? Olha que coisa louca, então eu gostava disso tudo até que eu lembro que há uns 20 anos, no começo dos anos 2000 eu me propus uma meta. Falei assim essa coisa de eu ser muito com um espectro muito aberto estava me atrapalhando, você acaba não avançando em nenhuma frente e eu pus na cabeça o seguinte, pô eu vou ser CEO da empresa, na época eu falei vou ser presidente de uma empresa e aí eu comecei a direcionar um pouco mais dos meus estudos, aí fui fazer MBA e tal e aí eu me propus outra coisa, eu falei eu quero trabalhar na maior empresa do Brasil, porque eu trabalhava em empresas familiares, pequenas e aí aconteceu uma coisa curiosa, impressionante a força do propósito, eu estava muito imbuído disso e naquela semana eu pus três currículos e na mesma semana fui chamado pela maior empresa do Brasil no segmento que eu estava, sabe? …
Luciano Que era?
Michael … que era na época Expresso Mercúrio. Era uma empresa muito grande, foi a escolhida depois pela TNT, então eu fui contratado pela Mercúrio, entrei num programa de trainee na época e logo na sequência eu fui para Natal para abrir filiais lá e tal e fui morar lá. Lá em Natal nasce o meu filho, lá eu tive o meu primeiro filho, na verdade eu tenho um filho só, o Antônio, ele hoje está com 10 anos e fico lá cerca de três anos, a empresa na época passando por uma fusão e uma coisa curiosa também que eu aprendi na carreira que assim, toda vez que tem fusão tem muita confusão, o desgaste é terrível e aí você vê para que nível que vai as lideranças com isso, o pessoal fica vaidoso e o pessoal começa a ficar muito territorial, defendendo seu estado e tal, é muito chato isso.
Luciano Eu trabalhei numa multinacional que cresceu com aquisições, o crescimento dela foi, a vida dela inteira foi aquisições, então comprava… e aqui no Brasil comprou coisas assim, o período que eu fiquei lá eu me lembro de cinco ou seis grandes compras que eram aquisições grandes e que na hora que você botava tudo no mesmo caldeirão o bicho desandava porque havia a questão da imposição da empresa que compra, a cultura da empresa que compra tem necessariamente que se impor sobre a empresa que foi comprada e a empresa que foi comprada vem toda ressabiada com toda a liderança, pô vou perder meu emprego, vou ser mandado embora e pô teve empresa lá que a gente, dez anos depois de ter comprado, você ligava na empresa os caras atendiam com o nome da empresa antiga, de onde fala? Aqui é da Racine e não consegui e a coisa não entrava lá, realmente perdia-se uma energia.
Michael Cultura é um negócio muito poderoso.
Luciano E aí?
Michael E aí eu fiquei se saco cheio com aquilo, falei pô, esse mundo é de difusão, pessoal defensivo, ficava anti produtivo, a empresa começa a patinar, falei isso não vai dar certo não. Peguei meu chapéu, fui embora, sempre mandei as empresas embora, nunca esperei, a gente fica às vezes nessa transição, na chateação, eu sempre tomei as decisões, paguei os preços por isso, porque você perde, você às vezes tem que tomar umas decisões difíceis, mas eu não me arrependo de nenhuma delas e aí mandei mais uma empresa embora, voltei para o sudeste, tive a minha primeira passagem na Jamef e aí fui gerenciar uma filial em Ribeirão Preto, fiquei lá um período, depois fui para Belo Horizonte, isso num intervalo aí de três, quatro anos e aí olha que curiosidade, nesse período… e aí fiz um excelente trabalho, foi muito bom, me identifiquei muito com a empresa, que tem uns valores muito bacanas e aí acontece uma coisa que é um ponto de virada na minha carreira. Eu estava em Belo Horizonte e toca meu telefone, era o dono daquela primeira empresa que me chamou, que me tirou do banco, que me chamou para entrar… que era meu cliente lá atrás, e ele falou olha, estou querendo profissionalizar minha empresa e tudo mais, estou te ligando, assim, fazia sei lá, mais de dez anos que eu não falava com ele e eu falei pô, que bacana, faz isso mesmo, legal, eu participei disso em algumas empresas, é ótimo vai ser bom para você, chega uma hora que tem que partir para isso e aí, ele falou então, eu queria falar com você sobre isso. Eu falei rapaz, não tenho ninguém para te indicar, mas vou ficar com meu radar ligado e tal. Ele falou não, é você. Falei que eu o quê? Você está louco? Não, imagina e tal. E aí aquela… assim, eu realmente fui bem cético na primeira ligação, ele teve que ligar umas três vezes para me convencer a tomar um café com ele. E aí eu acabei indo para lá, eu retorno a Juiz de Fora depois de muitos anos fora…
Luciano Em que função?
Michael … como diretor geral, tal do presidente. Olha aí como é que são as coisas…
Luciano De uma transportadora, é isso?
Michael De uma transportadora, eu fui ser presidente da empresa e aí fizemos esse ciclo de profissionalização. A gente mudou tudo na empresa, envolveu assim um redesenho da estrutura da empresa, troca de RP, enfim, tudo que vem com a profissionalização, a estruturação de conselho, governança corporativa e assim, uma fase de expansão muito legal que teve no negócio dele. Então na época a gente se propôs a fazer isso durante quatro anos, foi o que eu fiz, foi super bacana e aí terminado esse ciclo, chegou o momento em que aí entra a história da ideologia, nossos ideais já não estavam batendo muito, o conselho queria por um caminho, achava que não era muito seguro fazer aquilo e aí mais uma vez, acho que assim, a minha carreira, ela sempre abriu, eu resolvo sair quando tem um conflito de valor, quando eu tenho que fazer uma coisa que eu não acredito eu não consigo, entendeu Luciano? Acho que ali é o ponto de virada, ali é a hora de você dizer adeus, então eu sempre guardei bons amigos na minha carreira, eu entro e saio em todas as empresas que eu andei, justamente por causa disso, porque a gente tem que sair deixando o teu legado, fazendo coisas boas e sem entrar na fase em que você se arranha muito ou arranha muito as pessoas. Então essa que foi uma fase bacana e aí eu volto para a Jamef, que é a empresa que eu estava antes e onde eu estou hoje eu fui tocar as operações do sudeste, assumi a região sudeste da empresa, a Jamef é bem maior do que a que eu estava antes, ela é empresa de nível nacional e quando eu volto para a Jamef eu já volto assim com aquele pensamento, isso está me cansando já, já estava assim começando a maquinar alguma coisa e…
Luciano Para ter a sua liberdade.
Michael … para ter a minha liberdade, mais uma vez, mas a coisa aconteceu meio que sem querer, tem uma hora da vida, eu acho que todos nós chegamos, que é aquela coisa de ligar os pontos que eu acho, pra mim e uma coisa importante, que é quando você entende a sua singularidade, todos nós temos a nossa singularidade, a gente é a soma das nossas experiências e aí eu me debrucei em cima do assunto, eu era muito inconformado com o assunto liderança, eu achava assim que as teorias que tinham até o momento, que tudo o que se falava era um pedaço de uma coisa e ninguém viu o elefante inteiro, acho que ninguém conseguia ver a coisa, eu falei assim pô, eu vou resolver essa parada, eu vou fazer um estudo mais profundo para eu definir o que é liderança e aí, mas isso com viés de escrever um livro, e aí o que acontece? Quando eu montei o esqueleto desse livro eu me dei conta que eu tinha criado um negócio muito maior do que um livro, falei ah não vou fazer isso como livro não, vou fazer outra coisa com isso. Fiquei com isso encubado um tempo e um dia eu acordei, tive uma epifania, meu processo criativo é muito doido, eu entro no flow e a coisa começa a vir e aí eu tive a sacada de criar o Instituto Brasileiro de Liderança, criar uma escola online de liderança e atrás disso uma série de outras coisas mais e pensei como uma das mídias para poder divulgar esse trabalho, fazer o podcast, então comecei a fazer isso. Registrei CNPJ, abri empresa formal, tudo direitinho e tocando minha carreira, quando eu lancei o podcast, eu me surpreendi porque em três meses o negócio tomou uma proporção que eu jamais esperava, eu achava que era uma coisa que ia acontecer daí a dois anos, aí deu um boom e eu peguei minha pranchinha e falei vou surfar nessa onda, vou acelerar as coisas e eu contratei uma empresa de marketing na época e a gente começou a fazer site e tal, tudo mais, fazer uma estrutura mais profissional, melhorar a estrutura do podcast e começar a fazer outros trabalhos, até que no ano passado a gente lança o curso, o curso LíderHD, o podcast se chama LíderHD…
Luciano Isso tudo você está empregado na empresa?
Michael … isso tudo eu trabalhando, jornada…
Luciano Como é que é? De dia Clark Kent e de noite Super-homem?
Michael … literalmente, foi assim, o ano passado foi um dos anos que eu mais trabalhei na minha vida, não bastasse ser um ano difícil no negócio e do Brasil inteiro, todo mundo trabalhando muito, eu saía, viajava muito, então eu ia para o hotel abrir meu notebook e ficava de 7:30, 8:00 até uma hora da manhã sistematicamente de segunda a sexta, sábado em casa, às vezes também, abria meu notebook e trabalhava, então foi assim, foi muita doação. No último semestre, então, nem se fala, foi aonde veio o curso.
Luciano Vamos voltar ali atrás então. Deixa eu pegar aqui os insights que você está dando para a gente conversar um pouquinho. Eu também, há um tempo atrás eu lancei um livro chamado “Diário de um Líder” e na abertura do livro eu comento que tem alguma coisa errada, porque nunca se falou tanto em liderança como se fala na história da humanidade, é filme de liderança, é livro de liderança, é curso, nunca teve tanto e toda vez que eu vou numa empresa, eu trombo na liderança, tem problema de liderança, então falei pô, alguma coisa.. ou estão ensinando as coisas erradas ou ninguém está entendendo o que está sendo ensinado, tem alguma coisa errada aí. Outro lance interessante, 90% de quem eu trago aqui no LíderCast, converso com o pessoal, o cara é um baita líder e eu pergunto, quando você começou, você assumiu, você aprendeu em algum lugar? E todo mundo diz não, ninguém me ensinou nada eu não aprendi porra nenhuma e a hora que eu vi eu estava comandando cinco, seis, dez caras e eu tive que me virar, eu falo mas como assim? Com uma oferta tão grande de coisa de liderança e o cara quando assume não sabe o que está fazendo? Então onde é que está o gap? E eu fui mergulhar também, como você fez aí, onde é que está? Será que dá para abraçar? E eu acabei concluindo que eu acho que não dá, é impossível, você consegue ensinar ou trabalhar vários atributos, é como aquela história, a liderança para mim é uma orquestra, o cara é o maestro e eu tenho que tocar em orquestra, eu não vou saber tocar piano como um virtuose, não vou saber tocar violão, violoncelo, eu não vou saber tocar nada, mas eu tenho que saber música, um maestro que não sabe música não é maestro, um maestro que não sabe tocar piano pode ser um baita maestro, então o que eu vejo é o seguinte, ensinam as pessoas a tocar todos os instrumentos, mas aquela história de você conseguir ser o maestro e tudo mais, esse gap não achei, onde é que está isso aí? Onde é que está essa capacidade que tem de você aprender a ser o cara que vai pegar as peças, juntar essas peças todas e gerenciar essas peças tão diferenciadas ai? Eu não achei em lugar nenhum, aí eu vou lá na fundação do cabra ver como é que é, são fragmentos, vou na GV, é outro fragmento, vou comprar o livro do fulano de tal, mais um fragmento, mas o todo não existe e eu não sei se dá para existir, entendeu? Não sei se dá para existir, não sei se…
Michael Há controvérsias…
Luciano … pois é, é isso que eu queria jogar para você, eu não sei se dá para existir esse todo aí porque eu imagino o seguinte, cada fragmento desse na cabeça de um cara é um impacto diferente, se essa cabeça não tiver preparada, você pode dar os instrumentos todos, não vai rolar liderança nenhuma ou vai rolar aquela liderança despótica, ou o cara que é um idiota etc. e tal, então me fala aí o que você….
Michael Isso que você fala é muito importante, na verdade foi isso que me moveu, o que acontece? Quando a gente vê o que tem no mercado sobre liderança, basicamente é o seguinte, me fala duas características de um líder. Fala aí, aleatoriamente, qualquer coisa.
Luciano Para mim?
Michael É.
Luciano Bom, é saber ouvir e conseguir… para mim o fundamental, a capacidade de julgamento e tomada de decisão.
Michael Eu vou criar uma tese aqui do líder decisor, eu crio toda a metodologia sobre decisão, falo sobre isso, da importância do líder que decide e é mentira isso? Não. É verdade.
Luciano Mas é um fragmento.
Michael É um fragmento. Então tudo o que eu ouvi no mercado até então assim, são fragmentos e eu falei pô, como é que você conecta isso tudo e aí vem a história, também, da singularidade, um monte de coisas que você vai estudando ao longo da vida e você junta isso tudo em algum momento, eu me dei conta do seguinte: a espinha dorsal do meu sistema versa sobre liderança evolutiva, eu digo que a humanidade, desde o surgimento do homem até então, a gente vem experimentando vários ciclos e de nível de consciência, de crescimento, de evolução e que vão evoluindo nosso nível de consciência e a liderança em paralelo, ela também veio passando por essas transformações, a cada ciclo da história, a liderança vai se posicionando de formas novas de acordo com o nível de consciência da humanidade. Então por exemplo, se a gente pegar lá no começo da nossa história, do homem, a gente era animal, bicho, então é instrumento territorial e ali quem era líder era o cara que tinha força, literalmente é o que dava porrada no outro, ele era o alfa, então assim como você liga em qualquer canal, Discovery Channel, esses National Geographic e por aí vai, então você vê os programas de animais, aquele era o comportamento de um líder. Bom, com o passar do tempo a gente começa a entender os efeitos da natureza, o que acontece, o homem para ser líder não bastava só ter força, ele tinha que ter certos entendimentos, como é que funcionava o entorno dele, armas, comportamento dos animais e isso dá a ele um diferencial de liderança, então conhecimento entra ali num segundo nível de consciência. Acontece um, eu estou aqui dando um super briefing, mas acontece um dado momento que o homem inventa a agricultura, ele começa a plantar, para de andar, isso muda o estilo de vida da humanidade toda e pela primeira vez na história humana a gente começa a fazer transformações na natureza e aí surge a terceira onda de nível de consciência que é o líder que transforma, é você conseguir por as coisas em prática, pegar o conhecimento que você tem e transformar e atrás disso vem uma série de coisas, estou falando assim só em linha reta para a gente avançar. Aí qual o próximo ciclo de evolução que tem? A sociedade vai se estruturando, a agente para de caminhar, vai se estruturando e a coisa vai ficando mais organizada e a capacidade do homem, da liderança e de exercer influências sobreas pessoas de coordenar, de se relacionar, de comunicar, passa a ser um diferencial muito grande e por fim, na história mais recente, talvez ali na Grécia, alguns momentos vão surgindo traços de uma sociedade mais civilizada, mais organizada aonde as pessoas começam a prezar por valores, começa a se falar em ética, esse tipo de coisa, então eu trabalho com o que se chama de 5 níveis de consciência, é lógico que cada um deles tem elementos que sustentam cada um deles, então isso funciona em camadas, então para você ser excelente líder hoje, o que eu chamo de LíderHD ou Líder em alta definição, é você tem que necessariamente dominar isso em camadas, o cara que tem dominância forte, ele é territorial, ele é mandão e tal, isso é importante, você tem que ser capaz disso, às vezes você não precisa por isso na mesa o tempo inteiro…
Luciano Tem que ter a ferramenta, a ferramenta tem que estar na caixinha lá.
Michael … tem que estar na caixinha, exatamente e aí você vai subindo, se você hoje não for um líder capaz, eu estou falando desse quinto nível, de ter auto conhecimento, de entender com profundidade da natureza humana, com certeza você vai fracassar, você não vai ser um líder pleno, porque se tem uma coisa que faz falta hoje, do ponto de vista de liderança é você conseguir se conectar com as pessoas, entender como elas funcionam e a partir disso fazer as transformações, então o auto conhecimento, você ter bons valores, você professar e entregar bons valores é, para mim, o supra sumo da liderança, então a partir disso, eu estou assim dando um super mega ultra resumo aqui, mas em cima disso eu criei toda a metodologia, todo o sistema, eu explico quais são os fundamentos e eu tenho uma crença de que liderança não é um dom, você pode desenvolver liderança e é isso que eu ensino, esse é o meu fundamento com esse curso.
Luciano É grande, espero…
Michael É grande, é um negócio profundo.
Luciano Como é que é? Pretensão e água benta não faz mal para ninguém, então se sou eu que vou mudar o mundo, sai da frente que sou eu mesmo. Eu mesmo vou fazer.
Michael É, mas a ideia era essa, achar uma abordagem que dê conta de abraçar isso tudo.
Luciano Mas você está falando uma coisa interessante, quer dizer, isso é um processo em andamento, ele não para nunca, talvez o próximo estágio seja o líder espiritual, vai entrar na espiritualidade, daqui a pouco…
Michael Você está falando uma coisa muito boa, tem que fazer um parêntesis aqui…
Luciano Vai ver que é o próximo step.
Michael … na verdade esse é o step do quinto nível, assim, quando eu falo de valor, eu estou falando necessariamente de espiritualidade, para mim, espiritualidade é a capacidade humana de entrega de valor, então o teu nível de espiritualidade avançado ao nível que você consegue entregar de valor e os valores eles se manifestam de acordo com o nível de consciência de cada pessoa, vamos dar um exemplo? Qual o maior valor que uma mãe pode manifestar para um filho?
Luciano É o amor.
Michael Sem dúvida. É o amor, então uma mãe plena é aquela capaz de entregar o amor incondicional, esse é o nível máximo. E as pessoas que conseguem ter uma entrega de amor incondicional na sua vida, independente para quem, elas estão num nível espiritualizado assim é um nível diferente, aqui estamos dando o exemplo da mãe, mas isso se manifesta em vias diferentes, por exemplo, se a pessoa está num certo nível de consciência, o amor se manifesta como afeto, como amizade, como carinho, se ela está num nível de sobrevivência, que é aquele primeiro nível de consciência, ele vai se manifestar como atenção, cuida da criança para a criança não morrer, cuidado com a cabeça, vem cá, e cuida, dá o alimento, o básico para aquela criança sobreviver, então de acordo do o nível de consciência, o valor se manifesta de uma forma e é sobre isso também que eu falo, então quando você toma consciência dessas coisas, espiritualidade está muito relacionada a isso, você tomar consciência das informações e a partir disso fazer escolhas e do ponto de vista de valor, nós como seres humanos, a gente pode chegar à plenitude, o que é a plenitude do ser humano? É professar e conseguir entregar, vivenciar de fato, os valores mais nobres que uma pessoa pode viver e uma liderança de alto nível é isso, quando você pega os grandes líderes da humanidade, pode citar qualquer um deles, com certeza você vai ver ali entregas de valores como paz, amor, bem aventurança, alegria, união, prosperidade, então esses valores permeiam a história dos grandes líderes da humanidade porque eles eram altamente espiritualizados, então para mim espiritualidade não tem nada a ver com a religião, são coisas completamente diferentes.
Luciano É eu acho que tem um pedaço interessante no livro que eu escrevi que eu fiz ali uma definição de liderança, capacidade de inspirar e provocar as pessoas a fazer acontecer, publiquei assim, foi lindo, maravilhoso aí depois fiquei incomodado porque essa minha definição dizia o que era liderança, mas não definia que tipo de liderança interessava, então eu até tenho uma palestra que eu começo a palestra e falo olha, a definição está aqui, lindo, maravilhoso e aí eu boto Gandhi e o Maestro Martins aí, nosso maestro aqui, eu falo quando você pega essa definição e aplica no Gandhi ou no maestro, é maravilhoso, funciona muito bem e aí eu tiro o maestro e boto Hitler e Mao Tse Tung e falo a definição serve igualzinha para esses dois, então o que serve para o bem, serve para o mal e se eu não definir que tipo de liderança eu quero eu tomo um step anteriormente, disse o que é, mas não disse qual é aquela que eu quero e aí eu parto para a discussão de essa liderança despótica, sem ética não me interessa, me interessa a outra, quando eu começo a qualificar qual o tipo de liderança.
Michael O que muda deles é o propósito na verdade.
Luciano O que eu quis dizer para você é o seguinte aqui, porque que eu acho que é impossível você ter essa coisa toda estabilizada, primeiro porque a hora que chegar o teu nível 6, vai aparecer o 7, o oitavo de depois o nono e o décimo, isso não para nunca. Segundo ponto, para mim eu tenho isso muito claro, o que faz a liderança é o contexto, mudou o contexto, muda a liderança…
Michael Você tem que ter as ferramentas na caixinha ali.
Luciano … então e aí é aquela história toda lá, então o exemplo que eu dou, pô vou acabar queimando todas as palestras aqui, que é aquela história que é o seguinte, eu tenho uma ideia de fazer um aplicativo genial, onde eu vou salvar a Amazônia, só consigo fazer esse aplicativo genial se eu tiver comigo um líder bala que consiga abrir portas pelo mundo afora, onde eu vou conseguir dinheiro etc. e tal. Quem é esse cara? Esse cara é o Bill Gates, aí eu falo eu vou lá conversar com o Bill Gates porque eu preciso dele para liderar esse projeto meu, como é que eu faço que o Bill Gates me escute? Eu levo comigo o Cacique Raoni e vou eu e o Raoni conversar com o Bill Gates e a hora que a gente conversa o Bill Gates fica encantado e aceita entrar no projeto e eu consegui o que eu queria, eu tenho a maior liderança que eu podia ter para o meu projeto e aí o Bill Gates fica tão interessado que ele quer ver como é que é, ele quer vir ver a Amazônia como é e a gente pega o avião dele e vem para a Amazônia, eu, ele e o Cacique Raoni, o avião tem uma pane e cai no meio da floresta amazônica, morre todo mundo só sobra eu, o Bill Gates e o Raoni, de noite na floresta, sem comida, sem bebida, etc e tal, quem é que eu quero que seja o líder?
Michael O Raoni, claro, opa!
Luciano Mudou o contexto e nessa hora o grande Bill Gates não serve para nada, ele vai morrer em quinze minutos ali, o contexto virou, então o Bill Gates jamais terá as ferramentas para sobreviver nesse contexto e talvez o Raoni não tenha nenhuma ferramenta para fazer o que o Bill Gates faria, então conforme o contexto é que vai entrar. Então por isso que eu digo, eu acho que nunca dá para a gente fazer, o que dá para fazer é o seguinte, que aí eu acho que é o momento que chega a maturidade, a visão, é o líder, o cara que está na liderança falar o seguinte, chegou a hora em que eu não sou o capitão do barco, nesse momento o capitão tem que ser o Zé, Zé sobe aqui porque o leme é teu e eu vou obedecer o que você está falando, então essa humildade, essa capacidade de você entender que fala neste momento, por causa do contexto que foi mudado, a liderança mudou de lugar e cabe a mim, que sou o líder máximo, o CEO e etc e tal ter a humildade de falar quem toca é o Michael, lá na frente ele me devolve o bastão porque a gente passou pela coisa do contexto, então…
Michael Para fazer isso tem que ter um desprendimento muito grande, algumas pessoas tem esse potencial.
Luciano … hoje em dia está difícil, tem uma… eu estou velho, fiquei velho, eu tenho uma tese que é a seguinte, você passou de 40 anos, a bolsa escrotal começa a ficar dura, ela perde elasticidade e você não tem mais saco, então vai chegar numa hora que você não tem mais saco para ouvir o idiota falar merda na tua frente, você vai para aquela reunião de novo, de novo aquela baixaria toda, a partir dos 40 você começa a perder paciência e chega o momento em que o sistema de expele porque você fica insuportável, então, lá vem ele reclamar outra vez, puta velho reclamão, o cacete e o sistema acaba te expelindo, não chama ele para a reunião e você acaba indo embora. E hoje em dia que eu circulo por todo tipo de empresa, então eu chego lá, entro e vejo o CEO, o CPTO, o CFO, o COB, de 30 anos com a sua empáfia, porque eu falo dezesseis idiomas o cacete e tudo, você olha para quilo tudo e fala meu Deus do céu, quanta vaidade, quanta soberba, você fala esse cara está falando uma cagada, ele está falando uma bobagem, ele vai fazer a besteira que eu fiz há 40 anos e ele absolutamente não escuta, não escuta, não quer saber.
Michael E aí acontece uma coisa que você tem falado, você abordou um tema que eu gosto muito também que é assim, quando o cara vai por esse viés, para mim a maior armadilha que as pessoas podem cometer no mundo corporativo, as empresas podem cometer, é ter certeza, desenvolve um mindset fixo, então é esse tipo de liderança é liderança estúpida, que vai levar o negócio para o buraco, porque o dia que você para de fazer perguntas, o dia que você se contenta em achar que você dá conta de tudo, aí você pode chamar a funerária, porque morreu.
Luciano E outro lance importante, quer dizer, para a gente que viveu o esquema de empresa grande, essa coisa é tão perversa que você bota um elemento destrutivo no processo, esse cara entra, dá porrada em todo mundo, arrebenta, quebra tudo e consegue um resultado imediato legal, deu resultado, está funcionando, conseguiu, maravilha, você está indo tão bem que eu te promovo e você vai para outro lugar e larga o saco de merda para o próximo cara que entrar e pegar, eu assisti isso acontecer dezenas de vezes.
Michael Mas isso também revela, Luciano, o nível de consciência da empresa, olha que interessante isso, porque o que acontece? Quando uma empresa está focada única e exclusivamente no resultado, quando ela está focada única e exclusivamente no lucro, ou seja lá o que for dessa natureza, sem dúvida alguma ela vai ser uma empresa mais pobre nesse aspecto, entendeu? O que está acontecendo? Ela vai atrair pessoas nesse nível de consciência, então a pessoa que está ali, ela está pressionada, ela está infeliz, os funcionários que estão lá estão desenvolvendo burnout, você está com um baixo nível de engajamento e por aí vai, ela trabalha na pressão, dá resultado? Dá resultado, se o resultado trouxer dinheiro, tudo bem, então é… esse final de semana mesmo eu estava batendo papo com a Zi, minha mulher, ela falou assim pô, tem empresa que só vive por dinheiro fica com esse negócio de sucesso, grana, isso não é a causa não, ela falando, eu também acho que isso não é causa, agora depende do teu nível de consciência e o que é o nível de consciência da empresa? É a soma da mentalidade, do mindset das suas lideranças, mas lá em cima do conselho, do presidente, da sua diretoria, essa mentalidade é que forja o mindset da empresa, então se você tem propósitos mais elevados como CEO ou como um acionista, ou como um conselheiro da empresa, com certeza isso vai se transmitir na empresa, isso vai permear a cultura da empresa, agora você tem um CEO idiota, que só que entregar resultados…
Luciano Você está tocando num negócio que para mim é o toque de midas da história toda, que é aquela posição do líder, isso eu bato muito nas palestras, falo o líder, ele só…. eu não vou dizer que ele se completa, ele só atinge um patamar superior quando ele entende que o papel do líder é a mentoria, é a educação, o líder é um educador, etc. e tal, já botaram até o rótulo, o líder educador, aquela bobajada toda lá.
Michael É mais um fragmento.
Luciano É mais um, mas quando esse cara é um mentor e ele sabe que o dia que ele for embora ele tem que deixar ali alguém que continue carregando esses valores, etc. e tal, ou que consiga adaptar esses valores e o que eu tenho visto é que isso não acontece, então vamos voltar no tempo aí atrás, então meu mercado foi o de autopeças e eu cresci no mercado de autopeças numa época que se tinha uma Cofap, uma loucura aquela Cofap, tinha a Metal Leve, era uma loucura a Metal Leve e tinha um Gerdau, as grandes empresas que estavam lá, todas essas empresas, você começa a fuçar vinha Cofap…. Abrahan Kasinski; Metal Leve….. José Mindlin, ele era o cara; Gerdau, Iohan… ele é o cara, bota a empresa que você botar o nome sempre chegava numa figura, tinha um cara.
Michael Que a empresa é o espelhão dele.
Luciano Esses caras foram morrendo e quando esses caras foram morrendo a empresa foi, entre… vou fazer aquele gesto das aspas, ela foi profissionalizada assumiu um sujeito, um profissional e pronto, acabou. Não tem. Então…
Michael Mas eu acho que isso é muito culpa dos conselhos de administração.
Luciano … então, mas é isso é que eu queria chegar, quer dizer, esse sujeito que conseguiu levantar a empresa, que era o cara que no final das contas ele batia na mesa e falava é por aqui que vai, é desse jeito que vai, não me interessa como é que ele chegava nessa conclusão, pode ser uma coisa absolutamente instintiva ou não, mas tinha um casa que a hora que o rolo chegava na mesa dele, ele falava é por aqui que nós vamos e construía aqueles impérios, um dia esse cara morre e não tem outro cara e aí o que fica na minha cabeça é o seguinte: não é que não tem esse cara porque não surgiu o cara, é porque o sistema não deixa mais que surja, é impossível que você venha…
Michael Existe uma estrutura ali.
Luciano … que ela é legal, pode ir legal, Michael você é o cara mas vai devagar aí, não começa a dar uma de gostoso não que nós te cortamos…. e o sistema acaba virando aquela história do “vou administrar por consenso”, vamos nos reunir aqui e só assino o papel se você assinar também e aí cadê o cara do culhão que batia na mesa, é aqui que vai, para o bem ou para o mal, isso não tem mais, então hoje em dia não existe, nem sei se tem espaço, porque agora tem acionistas, então.
Michael E a lógica de empresa que tem ação, ela é completamente diferente, não tem…
Luciano Mas outro dia eu conversei, estive numa empresa grande, que era uma empresa familiar, cresceu, ficou gigantesca e a ponto de abrir o capital e aí virou uma empresa gigantesca mas, ainda quem estava na direção da empresa era o presidente que era o dono da empresa, etc. e tal e a gente conversando e pô, mas como é que você vai fazer, ele falou agora eu não posso fazer mais, os acionistas não deixam mais e aí ele falou aquilo com uma amargura de quem está vendo que eu cheguei num ponto que não podia crescer mais, o que eu estava aqui e o preço que eu paguei foi entregar essa empresa para outros.
Michael E normalmente quando a empresa faz algum IPO ela coloca ações na bolsa ou chama o investidor, o cara vende a alma literalmente, porque é a alma… na verdade eu sempre digo assim que a alma é o segredo do negócio, então se você entrega isso para alguém, você periga perder a tua essência.
Luciano E você vê que coisa maluca, hoje em dia quando você fala vamos falar de Facebook, Zuckerberg, vamos falar de que… é Bill Gates, sempre tem um nome, tem um cara, uma pessoa, tem uma figura que está… então para mim é um nó que nós estamos vivendo nesse momento aqui que ao mesmo tempo em que a gente gosta de ter essa figura, o sistema não deixa mais que a figura pinte e borde e virou tudo de ponta cabeça, então para mim, sobreviver nesse ambiente hoje em dia é um negócio absolutamente caótico, não é mais linear, não consigo olhar o negócio e falar que legal, entendi o caminho, se eu for por aqui, se eu for botando essas ferramentas na minha malinha lá na frente eu vou conseguir chegar.
Michael É, o mundo está assim um formato mais líquido, ele está mais fluido, então as coisas não são previsíveis, o comportamento das pessoas, das empresas também não são previsíveis, então a gente está vivendo um momento que o povo está chamando de crise, que na verdade, para mim é está se desconstruindo um modelo de se fazer negócio, está acontecendo uma desruptura na forma de se fazer um monte de coisas e eu acho que cada vez mais vai ser assim sabe, assim menos previsível, eu acho que quem souber navegar nessas águas é que vai se dar bem, mudou o negócio.
Luciano Eu trouxe aqui o Lucas Mendes, que está trazendo a WeWork para o Brasil, WeWork é uma empresa que pegou aquele conceito de coworking e levou para um nível brutal, porque eles pegaram o coworking que é o escritório compartilhado e botaram dentro o conceito do compartilhamento de informações da comunidade.
Michael Eu estive com eles na semana passada, muito legal.
Luciano É muito louco, aquilo é muito louco.
Michael Inclusive uma coisa que me chamou muito a atenção, quando eu cheguei lá, é uma coisa que briga, o mundo corporativo é assim regras, siga… não pense, faça isso e tal, a coisa muito quadrada, eu cheguei lá tinha um letreiro luminoso na parede assim, daqueles de neon assim: desobedeça.
Luciano Exatamente. Aquilo implode a cabeça da gente, você passa por um corredor com baias, tudo fechadinhas, eu passei por quinze baias, eram quuinze empresas, algumas até concorrentes e um lugar comum onde você vai, troca ideia, etc. e tal, então aquilo derruba tudo o que a gente já conhece sobre essa história toda de vou tocar a minha empresa, ficar quieto, não falar das coisas, não troca ideia, não fala com o concorrente e aquilo joga por terra, fala tem mais é que falar, tem mais é que abrir, tem mais é que contar porque quanto mais a gente expõe, mais gente vai botar o pitaco ali e mais coisa vai dar certo lá na frente. Isso é uma implosão total em todos os modelos de liderança, de gestão que a gente já conhecia e está cada dia interessando mais, os caras abriram o segundo escritório na Faria Lima, com 110% vendido, vão abrir o terceiro agora, acho que já está tudo vendido e há uma carência por isso aí, agora você entra lá, você viu o ambiente o que é, molecada toda e tudo mais.
Michael Tem uma ilha de chopp no meio do escritório, entendeu? Mas sabe qual é a ironia disso tudo? Olha que legal, tem um monte de mensagem subliminar ali, eu fui lá e fiquei assim impactado com a experiência, pô, uma ilha de chopp no meio do escritório e ali a regra é a seguinte, pode por que a gente não vai tomar, não precisa escrever em lugar nenhum que é proibido, nem precisa escrever regra, porque aqui não tem louco, a gente faz a coisa certa, então também tem um viés assim de valor muito importante, entendeu? Não é porque a coisa está ali que o cara vai escancarar e vai encher a cara na hora do trabalho.
Luciano Sim, um detalhe interessante aqui, você não paga pelo chopp, o chopp está embutido no condomínio que você paga, então se você chegar lá e quiser tomar todo o chopp do lugar você toma e que entre em coma alcoólica ali, mas é aquela história do broken window, janelas quebradas, como o negócio está todo super bem cuidado ali, evidentemente, quando aparecer alguém e fizer isso, esse cara é um ponto fora da curva e eu não vou gerenciar o meu negócio em função do ponto fora da curva…
Michael É o que as empresas fazem, o cara vai lá e cria uma regra para poder…
Luciano Eu vou criar regra por causa daqueles dois filhos da puta e os outros mil e quinhentos tem que se submeter porque tinha dois caras fazendo errado. Quando eu comecei a tocar o negócio, criei o Café Brasil Premium e tudo mais, que eu acertei com o pessoal da agência, os caras tem que fazer assim, porque aí o cara vai pegar e vai copiar o teu negócio, vai mandar para todo mundo, eu falei eu tenho um público aqui de mil assinantes, talvez tenha dois, três, quatro, cinco mil por causa de três, quatro ou cinco, isso é uma inversão de jogo total que muda tudo na forma como a gente gerencia o negócio da gente e como a gente vê as coisas acontecendo. Me fala um pouco do podcast. Da onde vem essa ideia de você criar um podcast e por que podcast?
Michael O olha que… é coisa da…. aí você vai juntando novamente os pontos, eu lá atrás, eu sempre gostei de música, tinha banda e tudo mais, tinha um… eu sou muito auditivo, ouvinte de podcast de longa data, eu com certeza estou aí na lista dos mais antigos do Café Brasil, eu nem sei quando, me perguntaram uma vez, eu não sei exatamente quando eu comecei a ouvir podcast e então assim, eu já tinha mexido com edição de som no passado por conta de um negócio que eu tinha aberto de negócio de multimídia e tal, então estava ali instalado e eu comecei a lançar o podcast, na verdade eu fiz as duas frentes, o canal no Youtube e o podcast, mas eu não pus muita energia no canal do Youtube não e o podcast respondeu primeiro, então você acaba pondo energia ali, eu escrevi um roteiro, gravei um primeiro programa, um piloto, aí distribuí para amigos, o pessoal criticou e tal, tudo mais, sempre horroroso o primeiro, eu sempre quis excluir o primeiro episódio, mas o pessoal fala não, deixa lá para as pessoas verem tua curva de crescimento e eu lancei e é uma forma meio despretensiosa, porque eu ia fazer várias coisas, ia fazer o podcast, ia fazer o canal de vídeo, fazer o site, fazer isso, fazer aquilo outro, fazer palestra, o que cola? Eu não tinha pretensões com o resultado, entendeu? Eu joguei a garrafa no mar e o troço deu super certo, foi um barato e eu comecei a fazer porque eu tinha facilidade de edição mesmo, fazia edição, fazia tudo, tinha um estúdio em casa, de banda, eu tinha a minha banda em casa, chamava “Antes Sábado do que Nunca”, a gente só tocava de sábado e então estava tudo lá e eu simplesmente escrevi um roteiro, gravei…
Luciano Quanto tempo faz que você está com ele?
Michael O podcast eu lancei o primeiro episódio no final de 2015, então tem aí vai fazer, um ano e meio.
Luciano Chama-se “LíderHD”?
Michael “LíderHD”.
Luciano E nele você trata das questões de liderança focada no teu método?
Michael É, na verdade o que eu faço lá? O “LíderHD”, ele vai pela linha dos fragmentos, porque imagina, não dá para você ensinar isso no podcast, mas eu sempre pego um tema, eu desenvolvi uma metodologia de storytelling, então eu conto uma história, pode ser um filme, uma música, uma coisa que aconteceu comigo, qualquer coisa, conto ali uma história, envolvo isso com música e tal e dali eu tiro um insight bacana para poder passar para a pessoa, antigamente….
Luciano Você está descrevendo o Café Brasil.
Michael … não, mais ou menos, a minha intenção… seria muita pretensão porque o Café Brasil é muito melhor…
Luciano Me deu um parêntesis aqui agora, estou com essa coisa aqui engasgada que vai caber aqui. Eu ganhei um livro na semana passada de um podcaster americano, não lembro o nome dele aqui agora, um americano que criou um podcast há um tempo onde ele pega histórias que aconteceram nos EUA, vai atrás, pesquisa, um negócio legal, é curtinho, dez, quinze minutos e ele vai e conta uma história, só para você ter ideia de como é que funciona, ele contou que o Alan Shepard subiu para o espaço, quando ele estava lá em cima, ele pegou, olhou pela janela e viu gotas de brilho que eram anjos e etc. e tal e aquela coisa, ninguém sabia o que era, hoje está explicado, era o xixi dele que tinha saído e congelado no espaço. Bom, contou essa história toda e aí um brasileiro que acompanhava aquilo ouviu, achou aquilo maravilhoso, pegou os textos dele, traduziu para português e escreveu um livro e avisou para o cara, estou com teu texto escrito aqui, vamos lançar um livro no Brasil? E o cara pô, vamos, aí veio aqui na semana passada, lançou o livro, chama-se “O Palácio da Memória”, é o nome do livro e aí eu abro o Nexo Jornal, uma matéria gigantesca contando a história do cara e eu vou lendo a matéria do cara e falo se eu tirar o nome dele aqui e botar o meu, se eu tirar o nome do programa dele e botar Café Brasil, exatamente o Café Brasil. A gente já faz isso há dez anos, doze anos, nunca veio um desgraçado aqui para falar, meu amigo conta essa história aqui, aí um gringo aparece e todo mundo puxando o saco do gringo lá e aí você olha para isso e fala o que é isso? De novo, contexto.
Michael Sem dúvida, inclusive assim, quando eu lembro de quando eu estava assim pô, vamos fazer isso como um podcast, aí eu fui estudar o que é que tem de formato, entrevista, que é o mais trivial, um que me influenciou muito foi o Escriba Café, sou super fã do trabalho do Christian, ele faz um trabalho primoroso de história e tal, então tinha ali um insight, uma sacada legal, o próprio Café Brasil, eu sou “fanzaço” do Café Brasil, eu ouço desde sempre, aliás…
Luciano Estou tentando trazer o Christian aqui já faz um tempão, é duro acertar a agenda dele, ainda vai ter um LíderCast com ele.
Michael … é, muito legal, o trabalho dele é primoroso, ele salvo engano, ele é piloto comercial, o Christian, eu tenho impressão que sim, enfim, há de se confirmar, então assim, eu fui vendo os formatos e aí eu fiz essa miscelânea toda. Agora, dentro dos meus episódios tem o LíderHd Responde, tem o Toque do LíderHD, que é um texto, eu fui abrindo para outros formatos, mas aquele formato que é clássico, que ficou mais marcante é esse, de você contar história e tal e tudo mais.
Luciano Então você monta esse mundo do LíderHD, o mundo da tua escola etc. e tal como super homem e de dia você é Clark Kent, essas coisas vão crescendo em paralelo, chega um dia em que você…
Michael Vai ter uma encruzilhada.
Luciano … tem que optar, não chegou esse dia ainda?
Michael Não chegou.
Luciano Como é que vai ser…
Michael Chegou, chegou…
Luciano Então, como é que foi essa história?
Michael Na verdade chegou, assim no final do ano passado eu fui pedir demissão da empresa que eu estava e aí o presidente da empresa falou não, espera aí, calma lá que eu tenho aqui um negócio, vai acontecer uma grande mudança na empresa e como eu sou um cara de transformação, estou sempre envolvido com projetos de transformação grandes e tal, ele me chamou para poder participar dessa transformação que haveria na empresa e eu fiquei exatamente três meses debatendo com ele e não, não vou, até que ele falou olha, você pensou em fazer as duas coisas? Falei não, óbvio que não, é impossível, já estou morrendo fazendo isso, não tem jeito. Ele falou pensa sobre isso. Aí eu chamei minha equipe, a gente conversou sobre essa questão e é lógico, eu tinha que redesenhar as coisas para poder caber nesse novo estilo de vida que eu teria que mudar para São Paulo, além da minha carreira como executivo já demandar, porque demanda, a vida corporativa é muito puxada, seria um projeto de transformação, então assim, você gasta muita energia, mas enfim, eu consegui conciliar essas coisas e para mim foi bom, montei um time maior, hoje tem uma equipe atrás de mim cuidando de tudo, eles cuidam de rede social, do curso, dos ouvintes e tal…
Luciano Lá em…
Michael … em Juiz de Fora.
Luciano Lá em Juiz de Fora.
Michael … e essa turma trabalha em rede, eles trabalham num espaço de co-working, é uma turma que tem uma vibe bem nessa linha da WeWork também, então assim, passei uma experiência também “para mim lidar com isso tudo” (sic)
Luciano Essa turma não é do podcast, essa turma é do…
Michael Do IBL.
Luciano Do IBL, Instituto Brasileiro de Liderança.
Michael Exatamente. Porque o podcast ele é um canal, na verdade assim, não é o meu negócio, o podcast é uma forma que eu achei de comunicar o que eu penso. Então a gente montou essa estrutura e toca a bola e eu ainda tenho um terceiro projeto, que a gente… eu faço um trabalho, ao longo desse caminho eu fui conhecendo gente muito interessante e eu vou fazer uma ponte contigo entre um cara que eu me relaciono, que é o Bernardo Maestrini, ele tem uma empresa que faz trabalho de gestão de valores, que é o viés do LíderHD, do IBL, a espinha dorsal do nosso trabalho está ligada à gestão de valores e ele criou um software, chamado “You Linked” que, eu te falo porque assim, num futuro próximo as pessoas vão ter o perfil no Linkedin, que são as competências, que conta a carreira e as competências da pessoa e você vai ter um perfil no You Linked, que vai ser a avaliação dos teus valores, é um software que vai fazer a gestão de valor, mensuração de valor das empresas e das pessoas, é um negócio ultra sofisticado, muito bacana e eu estou envolvido numa parte mais interna nesse projeto porque a gente está desenvolvendo uma forma de criar uma escola de valores, então a gente…
Luciano Escola de valores.
Michael … uma escola de valores, é um projeto bem legal, estou dando um pequeno spoiler aqui, mas a gente “vai vim” (sic) também com podcast, com a coisa nessa linha e muitos conteúdos, para poder ajudar as pessoas e as empresas a desenvolver os valores que elas tem, empoderar a cultura das empresas com valores e encorajar e desenvolver os valores das pessoas.
Luciano Que doidera.
Michael É muito louco.
Luciano Eu lancei agora, eu fiz uma experiência de três meses aí com um podcast novo que eu chamei de Café Brasil Curto e a ideia era um podcast de três minutos, um insight, enfim, fui até onde dava para ir, aí parei, agora lancei, em função do que eu aprendi com ele, o Cafezinho, hoje saiu o número um, que é um insight, três minutinhos ali e um deles que eu lancei foi exatamente em cima dessa questão de valores, eu contando o seguinte, que nas empresas em que eu tenho passado etc. e tal eu vejo matemática demais, filosofia de menos, engenharia demais, poesia de menos e aí eu fiz um outro onde eu falo dessa questão de ter mergulhado nas questões românticas, quer dizer, o que você está contando para mim aqui, eu imagino aquela reunião com os gerentes sentados na reunião, todo o pessoal da engenharia sentado lá, eles terminaram de mostrar o Excel deles cheio de números duros, que está lá 1+1 deu 2, 2+2 deu 4, sempre dá e aí chega a tua vez, que entra com uma planilha com números românticos, vamos falar de engajamento, engajamento, retenção de clientes, e os engenheiros olhando e falando puta, que esse cara de novo, esse cara está propondo gastar o dinheiro que a gente ganha, a gente sua para ganhar esse dinheiro e vem esse cara com essa conversa de valor, etc. e tal, para mim, nós estamos numa intersecção de duas eras, essa era dos valores vem chegando rapidamente e a era dos números duros chegando no seu final, elas estão numa encruzilhada agora, então tem uma geração que só acredita nesse número frio e uma geração nova vindo cheia de valores. Como é que você lida com isso? Eu não posso nem imaginar porque você hoje não trabalha para empresas, você trabalha para pessoa física, a tua escola é para…. Vai chegar o momento que vai ter que sentar na frente do onboard e falar vim aqui para propor uma mudança na gestão da sua empresa. Como é que você vê também essas duas eras se cruzando?
Michael Vejo e assim, elas são interdependentes, você não pode querer desenvolver valores na empresa e esquecer dos resultados, é como eu falei lá atrás, as coisas são em camadas, então a grande questão é que assim como a nossa vida pessoal, uma empresa é um organismo e ela pode se propor a fazer qualquer coisa, se propor só a dar lucro é muito pouco, é muito pobre a existência de uma pessoa que está preocupada só em viver, ter um salário e não morrer de fome, é basicamente a mesma coisa que acontece com a empresa, então uma empresa é como um organismo, tem um propósito de só dar lucro, é a pior das empresas em termos de nível de consciência, em termos de evolução, entendeu? Então você pode, perfeitamente, porque as pessoas pensam binário, ou isso ou aquilo, não, dá para fazer isso e aquilo. Você consegue ter um bom arcabouço de gestão com ferramentas acadêmicas e tudo mais e conseguir criar um ambiente propositivo para as pessoas e fazer um bom trabalho com a comunidade e ter um programa de sustentabilidade e… entendeu? E um monte de “e”, agora, a questão é que quando as lideranças param nessa encruzilhada e dá um nó na cabeça, é pura falta de capacidade de lidar com esses universos, porque você vai ter que ceder, eu não consigo ver lideranças sobrevivendo nesse novo mundo, nesse novo horizonte sem saber lidar com essas coisas, sem saber gerar valor para as pessoas, sem saber dar um sentido para o que elas estão fazendo ali, se envolver de verdade com a questão da sustentabilidade e por aí vai.
Luciano Voltamos no maestro de novo porque o líder que está sentado ali, ele vai lidar com conflitos o tempo todo e aí vai chegar o cara da produção com a sua planilha cheia de números duros e o cara do marketing com a sua planilha cheia de números românticos, eles vão botar na mesa e falar tem 1 real para investir no duro ou no romântico? E esse cara que vai ser… porque os dois estão brigando lá embaixo, estão quebrando o pau, o controler já mandou mandar o cara do marketing embora, porque esta ligado nessas bobagens todas, vamos cuidar de consertar as máquinas aqui e o líder lá em cima tem que olhar e falar o seguinte, espera, calma, estou olhando, estou um passo além, isso que vocês estão dizendo que é bobagem não é tanta bobagem assim porque esses números tem que ser… esse cara tem que fazer essa…
Michael Tem que ser capaz de mexer essas cordinhas e fazer isso tudo entrar em sincronia. Agora, veja bem, vou pegar um exemplo caseiro, já que a gente está aqui, o Café Brasil é uma empresa, você tem uma empresa e atrás disso tem CNPJ, tem receita, tem balancete, tem conta a pagar e por aí vai, você tem a parte fria do negócio, é por isso que você acorda todo dia?
Luciano Absolutamente não.
Michael É isso que faz você vir para cá?
Luciano De jeito nenhum.
Michael De jeito nenhum, então eu acho assim de uma loucura para mim quando eu penso assim em loucura, loucura é o sujeito achar que uma empresa vive disso, isso é uma estupidez, agora, mais uma vez eu falo assim, olha isso depende muito da grandeza das lideranças que estão lá em cima no corpo do conselho, principalmente quando é empresa de capital, de ações, ou às vezes empresa familiar que tem um corpo profissional, então assim, do conselho do CEO, você está falando assim não existe mais esses caras, eu acho que assim, tudo é uma questão do cara ter o tamanho daquilo, entendeu? E tudo é uma questão quando a gente pensa também em evolução, eu vou nessa linha, quando o ego do sujeito é grande demais, ele espreme o ego dos outros, quanto maior você for, quanto maior você for do ponto de vista de liderança de pessoa, menor vai ser o teu ego, não é mais a tua opinião. Isso é muito importante, eu te falo assim, eu trato de tudo que todo mundo trará no meio do corporativo, só que quando você tem esses pilares, eles te orientam o tempo inteiro, então essa semana eu estava numa discussão de um grande projeto, de milhões, um negócio grande e o pessoal discutindo aquele assunto numa paixão, eu falei pessoal, vem cá, bola no chão, dá aquela respirada, deixa eu te falar uma coisa, não é a minha opinião que é a mais importante, nem a sua e nem a sua, é o que é melhor para o negócio e o melhor para o negócio é uma decisão técnica, então vamos esquecer a paixão, eu não faço questão nenhuma que a minha ideia seja a melhor, a propósito, eu quero dizer uma coisa, eu não tenho ideia, tá? Eu não sei qual o melhor desenho não, o melhor desenho é aquele que a gente vai decidir em conjunto, então por que eu falei isso? Porque na minha cabeça eu, de verdade, acredito que assim, não importa o que eu penso, importa o que é bom para o negócio, então quando você tem esses pilares, isso orienta as decisões o temo inteiro, é disso que eu estou falando, entendeu? Não vai ser a grana que vai orientar minha decisão, a grana é assim, você está lá no primeiro nível da conversa, entendeu? Da mesma forma que quando você não é capaz de jogar em outros níveis, mais sofisticados, você vai bater na mesa, você vai dar tapa, você vai se desentender, que são aqueles caras mandões, estúpidos, idiotas e tal, então quando você entende que do ponto de vista de gestão os outros são mais importantes que você, o importante é a comunidade, importante não é o meu carro, o problema de um executivo que para mim, custou levar assim para essa pobreza de pensamento é que ele defende o cargo dele, ele quer entregar o resultado dele a todo custo, ele faz o que for necessário, atropela, faz aquela trabalho horroroso que você falou e larga pra lá, então esse cara não está pensando no conjunto da obra, entendeu? É um pensamento muito pequeno, muito mesquinho.
Luciano E dá para ir mais longe ainda, que você imagina o seguinte, que o cara que acha que dinheiro pode tudo, o dinheiro está na raiz de tudo, é muito fácil achar que tudo pode ser feito por dinheiro e aí nós chegamos nos “Joesleis” da vida que sabe que você tem aquela coisa que é a maior empresa do mundo e você viu o que aconteceu ali não é? Você olha para aquilo e fala eu não quero isso para mim, eu queria a conta bancária dele sim, mas desse jeito, dessa forma não, eu não sei se dá para dormir à noite com isso tudo.
Michael E aí tem uma história engraçada também, porque assim, você vê, aí o cara deixa o campo do dinheiro e vai para o campo do poder, esses caras como Marcelo Odebrecht, o próprio Joeslei já faz isso aí é aquele nível de dominância exacerbado, o cara está no máximo, ele quer poder e só tem uma coisa, na minha opinião, que é capaz de doutrinar, de por o poder sob controle, é o valor, porque essa história assim ah dá poder para a pessoa para você ver quem ela é, não tem isso? Se a pessoa tiver valor não vai acontecer nada, entendeu? Essa semana eu gravei um vídeo falando sobre isso assim, o dinheiro, ele não transforma as pessoas, o dinheiro, ele potencializa as pessoas, se o cara for ruim, meu irmão, ele vai piorar muito, ele vai virar o capeta, agora, se ele for bom, vai continuar bom, entendeu? Então eu acho que tudo vem da base que você tem.
Luciano Mas esse é um ponto importante, olha esse momento que a gente está vivendo no Brasil, é o momento que tem ideologias trombando a todo momento, o pessoal xingando, eu fiz um trabalho grande lá sobre meritocracia, falando para com essa bobagem, não reclame do martelo, o problema não é o martelo, o martelo é o martelo, agora com ele na mão você pode matar uma pessoa ou você pode pregar um prego e salvar a vida de uma pessoa e o pessoal bota o foco em cima e você fala em meritocracia, isso é um absurdo, coisa de capitalista, eu falo não, isso é um instrumento, é uma ferramenta que funciona muito bem, agora, se ela estiver na mão de um sujeito a fim de sacanear, a ferramenta vai servir para um objetivo que…. e o problema não é a ferramenta, é o cara que está lá atrás, o problema é sempre quem é o sujeito que está segurando esse bastão, se ele for ruim, não é o capitalismo que é ruim. É mas abre espaço par todo tipo de gente, então como fazer para trazer essas pessoas que têm valores para primeiro plano, para fazer com que esse pessoal…
Michael Eleve o nível da discussão. É, eu acho que o Brasil, a gente está num momento muito especial, as pessoas veem com muito ceticismo, eu vou falar uma coisa que vai soar estranho para as pessoas, mas assim, eu estou achando ótimo isso tudo, ótimo…
Luciano Por favor, eu também estou achando ótimo, é o momento de transição escuta aqui, tem uma conta para ser paga, não adianta inventar, tem uma conta para ser paga de treze, quatorze, quinze, vinte anos, está sendo paga agora. Ah tiraram dinheiro, sim senhor, tiraram dinheiro, tem uma conta para pagar, então esse é o primeiro momento, tem uma conta a ser paga. Segundo momento, está se desmontando uma casa, e não tem como não ter zona, não tem como não ter bagunça, você fica xingando os caras, espera um pouquinho, vai doer, é um processo traumático que nós estamos vivendo nesse momento aqui e se você voltar cinco anos atrás, estamos aqui conversando há cinco anos e eu digo para você, o Marcelo Odebrecht está preso há um ano, você ia falar que eu era louco. O presidente, o Cunha está na cadeia, você ia dizer que eu era maluco. Só nisso…
Michael Tudo é muito positivo, acho que assim, nunca antes da história deste país, parafraseando o Lula, aconteceram coisas assim, eu acho que isso é muito simbólico, tem um peso muito grande, então agora vai ser doído, a gente vai sofrer, tem conta para pagar como você falou, não vai ser simples, mas eu acho que disso aí vão surgir coisas importantes, por exemplo, uma coisa que eu vislumbro, já que você fala muito de política no teu programa, eu adoro, eu acho que vai acontecer uma coisa, estou aqui profetizando, visão minha, eu acho que dois partidos vão crescer na sombra dessa situação toda aí, eu acho que a nova direita-esquerda do país vai evoluir e aí por um lado o partido rede vai crescer muito nos próximos oito anos, não estou falando dessa eleição agora, estou falando da outra e o partido Novo vai crescer muito também e eles tendem a polarizar, porque se você parar para pensar, o PSDB, o PT, o PMDB foi para a vala, acabou, os caras estão aí tentando mudar nome, mas assim, do ponto de vista de reputação, a gente não espera mais nada.
Luciano É, eu acho que o grande momento que nós estamos vivendo aqui, essa crise é a didática, o processo didático, ela expôs uma pancada de coisas então se você não for um imunizado cognitivo, você vai olhar para aquilo e falar está errado o sujeito pisou na bola, é um bandido, ele não merece continuar, entendeu? Não é porque ele é do meu time, ele é bandido, ele não vai continuar, então há uma questão didática que está ensinando essa molecada toda, e também acho, o Brasil vai sair melhor lá na frente e mais legal ainda, “vai vim” (sic) uma sequência de neguinho focado num tipo de liderança mirando em sergios moros que você olha e fala pô, espera um pouquinho, o que esse cara está falando, o que ele está fazendo? Então dá, então dá para seguir reto e eu acho que vem uma geração nova aí que a hora que limpar essa velharada da frente, eu vejo com muita esperança isso aí.
Michael Eu acho que os tempos serão bons, não há cova curta, mas eu vejo com muita esperança, acho que a gente vai ter bons tempos à frente, não tenho dúvida.
Luciano Que bom.
Michael E quero aproveitar de estar aqui contigo, acho que a gente tem um papel importante, seja no meio corporativo através dos canais que a gente tem, do trabalho que você faz, por exemplo, de criar, desenvolver a mentalidade das pessoas, de por as pessoas em ação, de por as pessoas em movimento, porque está na nossa mão fazer, a gente não pode ficar esperando o poder público para fazer o que tem que ser feito.
Luciano Mas eu acho que esse é uma outra coisa interessante, quer dizer, seria um outro vértice desse triângulo que apareceu aí, quer dizer, ao mesmo tempo que essa mudança toda vem acontecendo, tem uma mudança tecnológica que implodiu a forma de se fazer as coisas aqui de um jeito maluco a ponto de você falar o seguinte: quero fazer um podcast, chega em casa, liga o microfone, de repente eu estou aqui com milhões de pessoas me ouvindo e eu passo a ser um cara que causa impacto na vida dessas pessoas, qualquer brasileiro pode fazer isso hoje.
Michael É verdade, qualquer um tem esse potencial.
Luciano Exatamente. Pena que eu estou com 61.
Michael Você faz muita coisa boa ainda.
Luciano Queria ter mais uns 45 produzindo a milhão.
Michael Vai ter coisa muito boa. Você sabe, para fechar essa questão da tecnologia, para mim o maior ganho de todos é a transparência, porque a gente está indo para um mundo completamente transparente, a gente ainda não está no mundo completamente transparente, mas vai, entendeu? Isso muda a regra do jogo, isso muda o jogo, isso muda tudo.
Luciano E está ensinando a gente até a consumir conteúdo, aí dá um programa inteirinho sobre consumir conteúdo. Meu caro, quem quiser te encontrar, quem quiser conhecer, quem quiser baixar o podcast, quem quiser fazer o curso, dá o caminho aí, como é que faz?
Michael Vamos lá, o meu site é liderhd.com, todo o meu conteúdo de blog, podcast, vídeos está tudo lá naquela plataforma, quem tiver aí o ITunes, quem tiver algum outro aplicativo de podcast baixa lá o LíderHD e o curso, a gente vai abrir novas turmas, acho que em outubro, em outubro, então é só se cadastrar, ficar lá que a gente avisa e vida que segue.
Luciano Bom, legal. Acompanho de longe, mas estou sempre antenado ali e recomendo aí, se você estiver interessado em ouvir um podcast que quando você terminar vai ter umas minhoquinhas na cabeça, no bom sentido, LíderHD é um deles aí. Obrigado pela visita. Bem vindo.
Michael Obrigado, prazer estar aqui contigo, parabéns. Eu não poderia deixar você fechar esse papo nosso sem falar assim da minha alegria de estar aqui, eu durante muitos anos estava do outro lado igual você que está ouvindo esse podcast, quem diria que um dia eu estaria aqui batendo esse papo gostoso aqui com o Luciano, sou super fã do seu trabalho, é um trabalho, para mim, como falei em algum depoimento lá atrás para você, não é um podcast, isso é uma obra de arte, você faz ali com esmero, com carinho, cuida dos mínimos detalhes com o máximo de entrega, conhecendo aqui o teu QG, vejo assim o cuidado que você tem com tudo, enfim, você é literalmente um artista, eu tenho que te parabenizar por isso e fico assim imensamente feliz de poder compartilhar algumas causas em comum, como essa de despocotizar o Brasil.
Luciano Seja bem vindo, você agora mora em São Paulo, então estamos do lado aqui, o estúdio, quer vir gravar o LíderHD, por favor, está aqui á disposição. Obrigado, um abração.
Transcrição: Mari Camargo