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Luciano Pires -

Para o primeiro episódio da primeira temporada do LíderCast convidamos Elias Awad, que tem uma história de vida repleta de momentos de virada. Elias reorientou sua carreira profissionalmente várias vezes, e após tornar-se jornalista esportivo na televisão jogou tudo para o alto para se tornar biógrafo. Uma história fascinante e uma entrevista deliciosa.

Bem vindo ao primeiro episódio do LíderCast!

Luciano        Muito bem. Bem vindo a mais um líder cast, eu tenho aqui comigo hoje  uma outra pessoa que também tem um histórico muito interessante, eu conheci o trabalho dele através da leitura de livros, através de acompanhar o trabalho dele em palestras em alguns eventos e tudo mais e quando eu pensei no líder cast imediatamente, foi mais um que eu falei, cara, tenho que levar o Elias e vocês vão saber porque que eu trouxe ele até aqui né. Bem vindo, eu quero saber o seu nome, a sua idade e o que é que você faz que me  fez trazer você aqui?

Elias             Idade Luciano, pelo amor, mas que pergunta, pelo amor de Deus.

Luciano        Tem que ser, você vai entender porque.

Elias             Bom, primeiro eu quero agradecer Luciano né a hora de estar aqui com você, pela sua história, pela sua biografia, ai eu já começo a da um pouquinho né, o caminho do que eu faço. Eu falo da vida dos outros e ganho dinheiro para isso.

Luciano        Como é o seu nome?

Elias             Elias Awad, sou biógrafo né, é quando a gente precisa de um médico, de um dentista a gente acha aos montes, agora biógrafo, vai achar aonde?

Luciano        Não tem, cara.

Elias             Não tem, então é uma profissão né, eu investi nisso há 12 anos, era repórter da TV Bandeirantes, cobria esportes né, fui jornalista esportivo, cobri tudo o que você pode imaginar, olimpíada, copa do mundo tal e um dia eu falei, não é para isso que eu vim nessa terra né, nesse mundo. Larguei tudo e comecei a escrever biografias, então foi assim que eu comecei. Hoje eu estou com 53 anos, sou de 1961, uma geração que hoje acredito, é uma geração sofrida, porque a gente está espremido né.

Luciano        Eu sei, eu de 56, eu não estou muito longe de você e eu costumo dizer que a nossa geração é um horror porque a gente, quando apareceu o sexo livre, nós éramos jovens demais, quando nós ficamos maduros surgiu a AIDS, quer dizer, nós entramos no meio do caminho, não tiramos proveito em momento algum né. Mas então eu tenho diante de mim Elias Awad, que é biógrafo cara, biógrafo. Que é que faz um biógrafo?

Elias             Bom, o biógrafo ele tira a história da pessoa do coração e não da mente, porque da mente ela sai muito quadrada, eu fui, fiz e venci. Do coração, ela conta da onde ela veio, como ela passou por aquilo, a infância, a essência, da onde esses legados né que ela traz foram construídos, da onde nasceu essa semente, como ela se desenvolveu, se tornou uma árvore bonita, com galhos, galhos que secaram, folhas que nasceram, enfim, então eu acho que a grande meta e missão de um biógrafo é tirar essa essência e com essa essência mostrar para as pessoas, por exemplo, eu biografei o Samuel Klein, fundador da Casas Bahia que sem dúvida alguma dispensa maiores comentários por tudo o que ele viveu, fez né, construiu e projetou né, e multiplicou no mercado. Então dentro dessa situação, por exemplo, do Samuel Klein, esse homem é um homem, é um grande líder acostumado a mandar, então primeiro eu preciso entrar na essência desse homem, conquistar confiança desse homem né, e passar a mandar nesse homem. Então uma condição muito grande né.

Luciano        Mas o resultado do teu trabalho o que que é, é um livro?

Elias             É um livro, e com esse livro…

Luciano        Sempre é um livro? Sempre é um livro.

Elias             Sempre é um livro, sempre é um livro e obviamente que dentro desse livro, dessas histórias, porque são, de repente, 70, 80 anos, 90 anos de vida de um biografado e 2 anos da minha vida né, que estão envolvidos nesse…

Luciano        Em média isso são 2 anos para fazer….

Elias             1 ano e meio a 2 anos, mais ou menos.

Luciano        E você trabalha em biografias ao mesmo tempo ou é uma cada vez?

Elias             Trabalho, trabalho nesse momento, por exemplo, eu estou construindo duas biografia e estou finalizando uma terceira, né, de um empresário.

Luciano        Me conta, quem é que você biografou? Vamos lá.

Elias             Bom…

Luciano        Pode dar o nome e o que faz. O nome e o cargo…

Elias             Senhor Samuel Klein foi minha primeira biografia, Luciano, mais 12 anos e ele me disse, quanto maior o problema, maior a oportunidade e eu realmente tinha um grande problema que era não estragar aquela história porque era a minha primeira biografia né, mas era uma grande oportunidade. Prova disso que eu estou no vigésimo livro e a biografia dele na sexta edição, então dele, depois eu fiz Mister Fisk, ne, das escolas de inglês, fiz João Uchoa Cavalcante Neto, da Universidade Estácio de Sá, Julio Simões, do grupo JSL Logística, Vicêncio Paludo, do grupo Vipal, maior indústria de borrachas do Brasil, uma das maiores do mundo, fiz também Celso Moraes, da Copenhagen Chocolates, Oscar Shmidt do basquete, escrevo agora do senhor Mário Gazin, da Gazin que é a quarta rede de varejo do Brasil, do Sr. Armindo Dias, do Grupo Arcel, do Hotéis Royal Palm Plaza, o Dr. Luis Fernando Furlan, ex ministro do Conselho da BR Foods, enfim, são alguns dos nomes que eu biografei e tive também um programa né, na Rádio Eldorado, aonde eu biografei mais de 200 empresários…

Luciano        No programa…

Elias             É, cada um…

Luciano        Bom, você que está ouvindo ai o líder cast entendeu porque que o Elias Awad está aqui né, quer dizer, a biografia, ele foi relatando um monte de nomes de pessoas que se notabilizaram pela liderança, quer dizer, ao longo do tempo, eu não vi nenhum nome de mulher ai, que que houve? Mulher não gosta…

Elias             Sou cobrado por isso e estou ainda em busca da minha primeira biografada.

Luciano        Mas como é que funciona isso, você escolhe quem vai biografar e vai atrás ou a pessoa te chama para fazer a biografia?

Elias             Hoje, Luciano, as duas vias, obviamente, quando a gente estreia o primeiro livro, depois há uma cobrança, tanto do mercado quanto sua né, será que eu vou ser o autor de uma letra só, de uma música só? E ai você quer fazer aquele segundo livro desesperadamente e ai você tem um grande problema né, que é mostrar para aquela pessoa que você pode realizar e que você vai entregar o livro para ela. Hoje né, como eu estou no vigésimo livro, eu já…

Luciano        Você já…. passou

Elias             … já corto esse papo né, eu economizo saliva aqui, então hoje obviamente outros aspectos definem se eu vou ou não fazer essa biografia.

Luciano        E outra coisa que você falou que me chamou a atenção, os nomes que você falou são de pessoas que ou estavam vivas quando você… ou estão vivas ainda ou quando você fez a biografia foi diretamente com elas, quer dizer, suas biografias são todas com pessoas que estão vivas e portanto são autorizadas, é isso?

Elias             Exatamente, a autorização, até se banalizou um pouco essa situação de biografia autorizada, parece que autorizada é algo….

Luciano        É chapa branca… é chapa branca.

Elias             … é uma chapa branca e a não autorizada né, não, essa pode falar o que quiser, não é bem assim, Luciano, porque por exemplo, eu não entendo como escrever a sua biografia sem tirar de você a emoção né, a razão, o arrependimento, o choro, a lágrima, o murro na mesa né, a vibração, a comemoração por tudo o que aconteceu, então eu não entendo, é uma biografia não do Luciano, mas do que as pessoas acham que ele viveu e não do que ele viveu.

Luciano        Quer dizer, você não fala só com o biografado, você conversa com o universo em torno dele.

Elias             Mais de 100 pessoas. Então são quase 300 horas de entrevistas, né, pelo menos 120, 130 horas com o biografado e com mais de 100 pessoas, se tiver problema eu vou descobrir, você pode ter certeza, eu sou repórter na essência né, eu vou lá no fundo e vou trazer essa situação e até já cheguei a recusar projetos porque entendi que realmente né…

Luciano        O cara queria maquiar só para mostrar o meu lado bom.

Elias             Com certeza, eu ão invento história, eu construo história, eu crio né a história, então mas não invento, então eu jamais vou me submeter a esse tipo de situação.

Luciano        E são projetos de 2 anos cara, você fica 2 anos trabalhando na biografia, quer dizer, a tua vida hoje é isso? A tua vida é, você ganha a vida escrevendo livros com biografias de pessoas?

Elias             Exatamente. E eu há mais de 12 anos eu escolhi não brincar de escrever livros, porque isso acontece muito, pessoa tem, principalmente no jornalismo né, está ligado a uma TV, a um Rádio ou algum jornal e de repente né, recebe uma demanda de um livro, escreve um livro e, enfim, entreguei tchau né.

Luciano        Se der deu.

Elias             É. Não é bem isso que eu faço né, eu acho que eu tenho um pouco, eu tenho muito de envolvimento pessoal, profissional, entrar na vida das pessoas, na família, na vida das famílias das pessoas né, aparar muitas vezes né, situações…

Luciano        É uma baita responsabilidade cara.

Elias             Uma baita responsabilidade.

Luciano        Mas deixa eu te perguntar uma coisa aqui que tem a ver com o Elias Awad em si né, você era funcionário da TV Bandeirantes?

Elias             Eu fui funcionário da TV Bandeirantes.

Luciano        Quando você decidiu sair para tocar o seu próprio negócio, você fazia o que? Você era empregado na TV Bandeirantes.

Elias             Deixa eu te contar um pouquinho do meu histórico né. Eu sou de família árabe…

Luciano        Vou biografar você. Vou biografar você. Vai lá.

Elias             … eu sou família árabe, então obviamente que né, com esse sobrenome né Elias Awad só posso ter nascido em chão de loja né,  então vivi o comércio e com 17 anos entendi que eu queria se administrador de empresas, entrei em administração, me formei né e já com 17 para 18 anos comecei na Votorantim, em 6 anos eu tive 6 promoções na área comercial e com 24 anos eu não tinha mais para onde crescer, eu trabalhava na Companhia Mineira de Metais na área comercial de zinco e ai um determinado dia, a felicidade, ela para mim é o grande combustível da minha vida e eu nunca precisei de despertador para acordar né, um determinado dia, tocou o despertador e aquilo me incomodou, porque eu falei…

Luciano        Puta, vou ter que ir pra lá trabalhar…

Elias             É… exato e ai comecei, você chega as 8 né, 8 a pá, 8 horas bati o cartão, falei meu Deus do céu, tem coisa errada, não é possível né, nunca precisei disso e ai entendi que aquele meu ciclo…

Luciano        Tinha acabado.

Elias             … já tinha acabado.

Luciano        Com 24 anos de idade.

Elias             24 anos de idade e pedi demissão.

Luciano        Bem novo hein?

Elias             É, ai quer dizer, naquele momento né, ideal ainda de uma transformação e de repente falei, eu vou ser jornalista e vou ser repórter esportivo, vou fazer o que eu amo.

Luciano        Quer dizer você aos 24 anos num emprego estável, bem, com futuro delineado pela frente, você decide brecar tudo, chuta o pau da barraca e não chutou par ir para outro emprego, você chutou para ir buscar uma outra carreira, vou ser jornalista, quer dizer, você não podia sair fazendo jornalismo, você teve que estudar.

Elias             Exatamente.

Luciano        Teve que se formar de novo etc e tal. Como é que foi isso?

Elias             Comecei a fazer um jornal esportivo né, gosto e entendo muito…

Luciano        Mas você foi estudar, você foi fazer um curso.

Elias             Fui, me formei

Luciano        Enquanto você estudava, você estava trabalhando?

Elias             Sim, primeira coisa que eu fiz foi um curso de radialista, porque em 3 meses eu estava apto para atuar no mercado. Paralelamente a isso eu criei um jornal né e já entrei na faculdade de jornalismo também, que eu também entendo né que a partir do momento que eu quero atuar numa área, eu preciso me credenciar.

Luciano        Quer dizer, você não arrumou um emprego para bancar você enquanto você fazia isso tudo, você já estava por conta…

Elias             Já estava por conta.

Luciano        …  já estava trabalhando naquilo que você queria e por que você escolheu jornalismo, o que que foi isso? Era amor antigo, era uma vontade?

Elias             Porque eu sempre vivi o esporte duma forma muito densa, sempre acompanhei.

Luciano        Ah entendi, quer dizer, o que te levou foi o esporte…

Elias             Sem dúvida, eu não fui jogador de futebol por falta de altura, eu sempre joguei no gol, joguei muito bem no gol né, mas não tinha altura para o futebol de campo, era um jogador de futebol de salão, depois com o futebol society, ai eu me encontrei dentro da minha altura né, então aquela veia né do futebol, do esporte sempre esteve comigo, eu acompanhava muito e eu entendo tanto de futebol que eu sou corintiano, dá para você ver que eu domino.

Luciano       Somos.

Elias             Somos.

Luciano        Aliás eu tenho sido bem relapso porque eu parei de ver jogo de futebol, eu não vejo mais cara e o pessoal reclama para mim, pergunta para mim, vem cá, por que que você não assiste mais futebol, eu falo assim, sabe por que? Porque eu vi o Rivelino jogar e eu criei na minha vida um parâmetro do que é um jogador de futebol, eu não consigo engolir essas coisas que tentam empurrar para mim como sendo jogador de futebol, então eu prefiro não ver mais, parei, não me encha mais o saco e acabou.

Elias             E eu vou te falar, eu como repórter, vi uma das coisas mais maravilhosas e lindas da minha vida, eu vi Rivelino e Maradona tocando bola.

Luciano        Nossa…

Elias             Né, quando o Careca construiu um centro de treinamento em Campinas né, ele convidou os dois, ambos foram e eu vi ali  um dando de calcanhar, outro batendo na nuca, nossa.

Luciano        Meu Deus do céu. Eu tenho um amigo meu que ele tem, o Elder, tem uma produtora de vídeo e o Elder tinha… o pessoal ia jogar futebol society, joguinho de amigos né e ele diz que foi jogar um dia e de repente apareceu Mário Sérgio chegou lá para jogar com eles e o Mário Sérgio entrou em campo, ele falou, cara, o cara entrou em campo bicho, a bola veio no pé dele e ele deu um chute na bola e o chute não fez tum, fez puf, até o chute é afinado do cara, ele falou cara, é uma diferença tão grande aquilo que eu imagino você vendo os dois caras e o que é aquilo né, aquela… que coisa fantástica, fiquei arrepiado aqui agora, mas…que legal. Aliás isso é um dom, é um lance interessante na tua própria biografia, o dia que você fizer a tua, que vai ser relatar o contrato que você teve com esses caras né, porque você passa de repente um período gigantesco, cento e tantas horas na frente de um Samuel Klein conversando na boa, quer dizer, ele não está lá atendendo outras pessoas, ele está dedicado a você naquele momento né?

Elias             Conversando, exatamente.

Luciano      E isso acho que te traz um benefício pessoal para você que é incontável né?

Elias             Com certeza.

Luciano       Que legal.

Elias             E quando você vê esse homem chorar, esse homem gargalhar né, esse homem colocar a mão no seu ombro, ai você entende que a biografia né, ela esta, está real.

Luciano       Quer dizer, você passa a ser o instrumento dele né.

Elias             Exatamente

Luciano      E acho que quando você se coloca como um instrumento eu acho que você atingiu o seu objetivo.

Elias             Principalmente em livros, Luciano, onde escreve em primeira pessoa, como é esse do Oscar Schmidt né, eu escrevi em primeira pessoa, então depois eu vou voltar um pouquinho para a minha biografia né, mas eu vivi o Oscar em quadra né, eu sei o que é o Oscar em quadra, dando cotovelada e tomando cotovelada para disputar uma bola né, quando todo mundo gritava não chuta, ele metia uma de 3 e né, e definiu o jogo, então eu vivi isso e a partir do momento que eu escrevi em primeira pessoa, eu trago um pouco dessa né…

Luciano        Claro, cara você acabei concordando…

Elias             … desse sentimento

Luciano        … que você quase virou um ator…

Elias             Exatamente.

Luciano        … um ator que está fazendo um papel que foi escrito para… que legal cara, que assunto interessante.

Elias             Mas ai…

Luciano        Vamos voltar, onde é que você estava lá… você estava lá no teu jornal, fazendo teu trabalho…

Elias             … no jornal entendi que a linha era a mídia eletrônica né, mas rapidamente eu entrei também, na primeira oportunidade no curso de jornalismo e fiz em dois anos né, porque eu já era graduado em administração de empresas e nesse período eu cheguei à rádio, só que eu fiz uma avaliação do mercado, Luciano, se eu entrasse para ser um jornalista esportivo com 25 anos, 26 anos, eu ia falar de futebol, coisa que todo mundo falava, todo mundo entendia, então onde é que estava o grande atalho, se é que, atalho não é uma coisa positiva né, mas onde tinha um caminho não explorado que poderia me levar né, num momento mais curto para aquilo que eu idealizava. Os esportes olímpicos e amadores, chamados de amadores na época, então eu me especializei, nesse período, em 99 esportes, porque um eu já conhecia bem que era o futebol. Vela, tiro, balonismo, judô, atletismo, natação, tênis…

Luciano        Que ano era isso?

Elias             Isso nós estamos falando do começo da década de 90 mais ou menos, final de 80 para 90. Aonde nasceram grandes ídolos do esporte né…

Luciano        Guga…

Elias             Guga, o Gustavo Borges, Aurélio Miguel né, que como político é um grande judoca né, enfim né, e toda aquela geração que ganhou muito, que trouxe orgulho, a geração do vôlei, de prata, de ouro, enfim, então quando chegou em 92, na Olimpíada de Barcelona, o Brasil não se classificou com futebol e ai mercado jornalístico precisava deum maluco que entendesse de tudo e ai quem é que estava na porta do gol? Eu. Então ali…

Luciano        Então pausa, pause. Pause. Vamos lá. Vamos lá. Ai alguém é capaz de virar para você e falar assim, Elias, que sorte hein cara, estar lá naquela hora, quando precisavam de alguém era você que estava lá, que puta sorte Elias, o que que você responde quando alguém fala…

Elias             Eu uso as palavras do Oscar, o Oscar diz, eu nunca vi um fracassado com sorte né, é né, sorte só tem para alguém que…

Luciano        Se preparou para estar naquele momento certo, na hora certa etc e tal.

Elias             Exatamente. É. Então eu acho que é isso mesmo né. Agora eu acho que o grande fator de provocação da sorte é o que Harvard, as grandes universidades não ensinam, é o feeling né, é aonde você sente que você está no caminho certo por mais que o mercado, consultores, tendências políticas e econômicas, sociais mostrem o contrário e você né…

Luciano        Algo te diz que você está no caminho certo.

Elias             Com certeza.

Luciano        Tem a ver com intuição e tudo mais, tem a ver com o teu repertório, quer dizer, quanto mais você, quanto mais rico o teu repertório, quanto mais experiência você tem, mais você consegue antever essas coisas e eu vou mais longe né, que é aquele conceito lá da serendipidade né, que é aquela, eu vou, estou aqui procurando uma coisa e encontro outra inesperada e aquilo é fantástico e tudo mais que é o termo que os americanos usam lá que a gente usa muito pouco aqui no Brasil, mas que eu acho que tem tudo a ver, quer dizer, você só encontra aquela coisa valiosa, inesperada porque você estava procurando algo mais, eu tenho muita gente que escreve para mim falando do meu podcast Café Brasil e dando uma lição, dizendo cara, eu entrei no iTunes para procurar um negócio que não tinha nada a ver e a hora que eu digitei Brasil apareceu o podcast Café Brasil, eu cliquei para ver e achei vocês né, quer dizer, ele só me achou porque ele estava lá procurando alguma coisa, se ele não estivesse procurando não me acharia nunca, então quer dizer, não é que eu estou sentado em casa esperando o mundo acontecer, eu estou em ação, eu estou agindo e estou me expondo para uma série de situações e que de repente surge algo e quando esse algo surge, alguém olha você e fala assim, po, que sorte que você tem. Sorte nada cara, eu trabalhei um montão para estar lá naquela hora e por eu estar lá naquela hora e que aconteceu comigo né.

Elias             Porque você acredita. E a melhor forma da gente destruir o próprio sonho é perguntar para o amigo o que que ele acha da ideia, fala você está louco, está cheio de jornalista está cheio disso, está cheio de autor, ninguém consegue viver de livro no Brasil, ou seja, é o que a gente ouve, então antes de perguntar, antes de convencer o outro, tem que convencer a gente mesmo né. Eu estou certo, eu estou confiante disso, como foi meu primeiro livro né, antes do livro do senhor Samuel Klein, eu escrevi um livro sobre o sequestrador da filha do Silvio Santos, eu acreditava tanto naquilo que eu ia mudar vidas tirando jovens do crime né, porque o rapaz ele foi para a cadeia e depois morreu, então eu queria mostrar essa história para os jovens né, ele imagina que aquilo é um caminho né, de sucesso mas obviamente que não é, né, então eu escrevi o livro e levei numa editora. Aha mas você está louco, não.. enfim, eu acredito né, nunca me passou pela cabeça que eu estava perdendo tempo né…

Luciano        Não, você estava criando algo em que você acredita, perfeito.

Elias             Que eu acreditava, então era bem assim né.

Luciano        Mas vamos lá. Você estava lá, de repente na olimpíada você era o cara que sabia de tudo e você teve a chance de conviver com uma geração fantástica, a molecada do vôlei, naquela época também que foi uma grande loucura aquilo lá né, e dai a Bandeirantes te chamou, como é que foi isso ai?

Elias             Rapidamente eu cheguei, eu cheguei à rádio Gazeta, era para participar né de pílulas e de repente em função de toda essa necessidade, eu tinha um programa aos domingos, de 4 horas e dois programas diários, que era o Disparada no Esporte Amador 1 e 2 e mais o grande programa de domingo, obviamente que depois a Bandeirantes queria também né um jornalista com perfil que entendesse do futebol e de todos os outros esportes e ai então aquele atalho né, no bom sentido que eu te falei lá atrás, me levou à TV Bandeirantes e ai eu encontrei realmente a linguagem que eu buscava dentro…

Luciano        Que era na televisão?

Elias             Na televisão.

Luciano        E você chega na TV Bandeirantes num momento em que tinha Luciano do Vale e que tinha o vôlei construindo a imagem do vôlei brasileiro, não foi isso?

Elias             Exatamente.

Luciano        Foi por ai né? Final dos anos 80. Foi por ai né?

Elias             92 o Brasil foi campeão olímpico…

Luciano        Chegou uma equipe de cobras…

Elias             Que valorizava isso né e que valorizava Álvaro José né, trabalhei com Luciano do Vale e Álvaro José, imagina, aquilo era um sonho né, estar numa transmissão com eles. Ai, de repente, só que, por exemplo, tinha uma final de campeonato paulista e o jogo de vôlei, eu ia pro que, jogo de vôlei né? Não porque o Elias é o cara que entende de todos os esportes e ai eu precisei mostrar né para o mercado que eu também entendia de futebol e ai comecei a pedir uma participação mais efetiva no futebol e ai então, enfim, eu tive e obviamente futebol mjá estava na minha essência né, eu tirei aquilo de letra e cobri tudo o que você pode imaginar de bom, de gostoso, de positivo, de produtivo, copas do mundo, olimpíadas, enfim né, foi um momento mágico, mágico até um dia que eu estava fazendo um jogo de Palmeiras e Corinthians né, Palmeiras e Corinthians, eu olho para um lado Luxemburgo, pro outro Parreira e eu entre os dois técnicos, pau comendo no campo e eu falei, meu Deus do céu, o que é que eu estou fazendo aqui né, não foi para isso que eu vim para esse mundo, enfim né, e o despertador começou né a me acordar de novo e ai eu tive essa oportunidade do primeiro livro né, que foi em relação ao sequestro da filha do Silvio Santos, me chamou a atenção porque as pessoas elogiavam aquele rapaz e….

Luciano        Mas antes disso ai, deixa eu entender uma coisa, que está me batendo aqui, Luxemburgo e Parreira tem alguma coisa a ver com isso, o fato de ser eles dois, por exemplo, se fossem outros dois, mudaria a história ou não?

Elias             Não.

Luciano      Se fosse Brandão e…. não?

Elias             Não. Podia ser Pelé e Maradona.

Luciano      De repente…

Elias             Eu entendi que aquilo não estava mais agregando, eu não estava mais mudando a vida das pessoas com aquilo que eu fazia né.

Luciano       Sim, virou mais do mesmo, ficou tudo igual e…. tá.

Elias             Exatamente. E outro aspecto curioso que me chamou a atenção, eu fui fazer a matéria do Corinthians na sexta feira a tarde, sai de lá 7 da noite, 7:30 da noite e tal e o Parreira era o técnico, foi no sábado eu trabalhava, fui ver a escala, eu voltei para o Corinthians, então 8 horas da manhã estava lá novamente ai depois do treino, lá pelas 11, 11 e meia o Parreira foi para a coletiva e falou hoje a primeira pergunta é minha, e eu estava lá, ele falou Elias, você estava aqui ontem, você fulano e tal vocês estavam aqui ontem a noite, saíram daqui 8 horas da noite, o que vocês acham que mudou de ontem para hoje? Que que vocês estão fazendo aqui? O Brasil está precisando produzir, está precisando vender, está precisando crescer né, crescer, desenvolver política e economicamente, você acha que o futebol é tão importante quanto vocês pensam?

Luciano        O Parreira falou isso?

Elias             O Parreira né, deu uma bronca em todo mundo, eu falei, esse homem está certo né, o que eu faço não, sabe, eu estou aqui porque eu tenho que estar, eu não sei o que eu estou fazendo aqui, a Bandeirantes não sabe o que ela está fazendo aqui.

Luciano      Parreira falou isso na hora lá?

Elias             Por isso que eu sou fã do Parreira né.

Luciano       Que é um cara subestimado né, é um cara subestimado porque ele lida com uma coisa que é apaixonante, onde não tem meio termo ali né, ou é um idiota ou é um gênio e de gênio para idiota é dois pitaco né?

Elias             Como ele foi né, como ele foi várias vezes né, o Parreira, eu vi, eu vi o Parreira ser ovacionado na França, na copa de 98, um francês reconheceu ele, se jogou no chão, agarrou os pés dele e começou a beijar os pés do Parreira, gritando mister Parreirá, campeão do mundo, que ele era até então campeão do mundo né, de 94 e vi né um torcedor do Fluminense levantar lá na arquibancada, mostrar o dedo e falar ai seu burro, ou seja né, como você bem falou né…

Luciano       Xingando né. De uma hora para a outra né.

Elias             É muito perto né, o Fluminense na terceira divisão né, e ali está o Parreira campeão do mundo.

Luciano        Deixa eu fazer uma pausa na tua história aqui, porque como é o líder cast, você tem uma experiência, quer dizer, você sabe que interessante aqui é o seguinte, esse programa aqui não tem roteiro né, a gente sempre sai conversando e acho que a mágica é isso, de repente surgem temas que eu jamais imaginei que eu podia estar falando, por exemplo agora com você aqui né. Eu preciso explorar mais um pouquinho isso que você estava lá, você assistiu, você viu. O Parreira foi campeão do mundo e eu lembro que logo em seguida ele pegou e voltou para o Brasil e ai ele se transformou num palestrante e escreveu um livro sobre como criar equipes etc e tal, lançou um pouquinho antes esse livro, próximo à copa do mundo quando foi um fiasco, foi um fiasco na outra copa do mundo e de repente quem é que vai comprar o livro do cara que diz como criar equipe se ele acabou de perder a copa do mundo, quer dizer, ele saiu do céu para o inferno em dois segundos né. Eu conheci o Parreira pessoalmente, eu fui fazer uma palestra lá para a seleção brasileira de futebol, nas eliminatórias da copa de mundo de 2006, fui lá, fui fazer a palestra para a molecada lá na Granja Comari né, conheci o Parreira e o Parreira para mim ele foi de uma delicadeza, de uma educação, cara eu fiquei embasbacado tanto com ele quanto com o Zagalo né, o jeito dos dois, eu falei cara, esses caras são muito boa gente né, mas eu tive o privilégio de entrar lá dentro e estar cara a cara, sentar, conversar, jantar com os caras e fui ver. A maioria das pessoas só vê aquilo que a televisão mostrou, então eu vejo um fragmento de uma entrevista, eu vejo os críticos metendo a boca e dali eu construo a minha imagem dele lá né, então quando aconteceu isso com o Parreira eu olhei eu falei, cara, o cara saiu do céu para o inferno em dois segundos e no meio tem um livro dizendo como criar equipes vencedoras, como é que você vê isso ai cara, agora olha para o Parreira do ponto de vista de liderança, da capacidade que ele tem de liderar um time para ganhar a copa do mundo e perde em seguida, quer dizer, o líder não é o responsável pelo resultado? Ele não é o cara capaz de transformar as coisas? O que que deu errado em uma o que deu certo na outra, o que você enxergou, você estava lá vivendo isso nesse momento né?

Elias             Você diz isso em relação a 98…

Luciano       Eu digo porque ele ganha….

Elias             Em relação ao Parreira né…

Luciano        É, ao Parreira, ele ganhou uma copa e ele perde uma copa né e num momento ele está no céu, no outro ele está no inferno né. A gente pode até falar disso do Felipão depois mas o Felipão é mais recente, me interessou o Parreira porque ficou muito na cara né, quer dizer, ele não era um diletante que chegou ali, deixa eu inventar né, tem gente que diz que ele é um horror né, mas você estava lá e você viu, você viu as duas copas, você viu ele diante dos dois times, você conversou com ele, entrevistou o cara nas duas vezes. Qual é a diferença cara? Por que que uma ele ganha, com brilho e a outra ele perde da maneira que perdeu. Como é que funciona isso?

Elias             Bom, primeiro eu acredito, que eu não sei se o Zagalo superou mas acredito que não, o Parreira deve ter com essa última, talvez 8 copas do mundo, então eu acredito o profissional que mais copas do mundo disputou tanto como preparador físico, como técnico, como assistente, enfim né, ai Luciano, eu acho que tem muito a ver em relação, obviamente que independentemente do Parreira, do pé do Parreira não chutar uma bola, quem tem que assumir essa responsabilidade, e dentro dessa sua proposta né, de trazer né um papo de líder, um papo de liderança, o esporte é um dos melhores exemplos que a gente tem para trazer e aqui a gente pode se aprofundar muito em relação a isso. O Parreira, ele é um grande líder né, ele é um grande estrategista né, agora, muitas vezes tem grupos de jogadores né que engolem o técnico e tem grupos de jogadores que são liderados pelo técnico, o Parreira, ele tem um limítrofe né aonde o diálogo é a forma de liderança, quando ele não consegue mais se impor em relação ao diálogo que o grupo dele, o grupo engole ele.

Luciano       Ele não parte para a porrada, ele não é um Felipão que chuta o pé da porta, nada disso…

Elias             E também…

Luciano      É um gentleman

Elias             … é um gentleman, com certeza e olha, e vou te falar, dá um grande orgulho né, como brasileiro, participar de um evento como a copa do mundo e você vê um brasileiro como o Parreira sentar lá e responder perguntas em inglês, em espanhol, em francês né, num mundo que mal fala o português…

Luciano        Aha Elias, mas ele perdeu a copa, o que que adianta falar 5 idiomas se perdeu a copa?

Elias             Ai é a situação do resultado né, que é o futebol né, por exemplo, você citou o Felipão, tomou de 7×1 né, de gênio para idiota, agora, em contrapartida a gente tem né, uma presidência da Petrobrás que sumiram 9 bilhões e a liderança não é trocada? Como é que a gente pode né, justificar isso?

Luciano        São dois contextos… risos…

Elias             Completamente diferentes. Mas obviamente, não deu resultado, tem que trocar o líder, não tem jeito, essa é a forma mais fácil e o futebol ele exige isso, porque você tem, muitas vezes, jogadores que ganham muito mais que o técnico né e o que que você vai fazer? Você vai desagradar né o jogador que ganha um milhão, 2 milhões por mês, ou você vai tirar um técnico que naquele momento ganha 400?

Luciano        Sabe que isso foi uma coisa importante que eu vi ali, eu estava lá fazendo a palestra para a seleção e no banco, na frente, estava Ronaldo fenômeno no auge né, estava o Robinho junto com ele, estava um jogador… eu olhei para o cara falei, meu esse cara ganha por ano sei lá quantos milhões, como é que você motiva um cara que ganha 100 milhões por ano cara? Como é que você pega um cara desse nível aqui e fala bicho, agora você vai treinar no campo e vai dar a alma para ganhar do Paraguai, Paraguai não que tem um timão, para ganhar de Honduras, você vai ter que entrar em campo e vai se matar lá, como é que você motiva um cara nesse nível né? E outra, como é que é a relação de chefia né, quer dizer, eu sou o técnico e tenho diante de mim a super estrela mundial que ganha 10 vezes o que eu ganho, que é badalado no mundo inteiro e esse cara vai ter que chegar para mim e me chamar de professor e humildemente responder para mim, quer dizer, olha que razão complicada cara, o mundo do futebol é um negócio muito louco né…

Elias             Muito louco…

Luciano      Muito louco.

Elias             … eu vi o Luxemburgo cair num treino na Granja Comari, ele já estava numa situação um pouco delicada tal, houve um cruzamento, o Romário bateu na bola, chutou a bola para fora, ele parou o treino, chamou o Romário né, com aquele jeito imponente dele né, vem aqui o baixinho, chegou lá e mostrou para o Romário como batia na bola, não durou mais dois dias como técnico, ou seja né, mostrar para o Romário, parar um treino filmado pela imprensa para mostrar para o Romário que ele não sabe bater na bola…. risos… não aguentou né.

Luciano        É, mas tem um pouco de arrogância nessa história ai.

Elias             Tudo isso. Mas o que você falou é muito interessante, é essa distância que pode ser muito grande ou muito curta entre o gênio e o fracassado né, então obviamente, num caso desse do Parreira, o livro dele né sobre liderança né, sobre construção de líderes, vai para o saldão né, ninguém compra né, aquele momento não compra e de repente ele reinventa uma situação, até antes da copa do mundo o Parreira né era tido como né o homem ideal para o lugar ideal, para o momento ideal do futebol brasileiro, o Felipão também, então é o resultado né, especificamente no futebol provoca a genialidade ou imbecilidade, no mundo dos negócios nãos é diferente né, não é diferente agora, a liderança do futebol ela geralmente é compartilhada, no caso do Parreira, ele era um gentleman, é um gentleman e o assessor técnico dele, também é um gentleman né…

Luciano        Quem que era?

Elias             … me fugiu o nome dele, mas também é um homem que não eleva a voz né, o Felipão. O Felipão é um cara que dá bronca, dá esporro né…

Luciano        É um paizão, a história do paizão né, o papai.

Elias             … se precisar bater na bundinha vai bater na bundinha.

Luciano        Mas se precisar pegar no colo também pega.

Elias             Com certeza. Agora, o Murtosa é paizão né, é paizão só de né, de por no colo, ou seja, sujeito vem com uma bordoada do Felipão ele vai lá né, traz…

Luciano       Amansa etc e tal…

Elias             Ele amansa, essa é uma boa, é uma boa parceria, por exemplo: Osvaldo de Oliveira, hoje ele está num outro estilo, estilo mais efetivo né, de gritar, de falar mais alto, mas quando ele iniciou ele era um técnico mais moderado mas tinha em contrapartida, um assessor né, um auxiliar técnico que pegava mais pesado…

Luciano      Um sargentão lá.

Elias             Um sargentão. Então é mais ou menos isso, muitas vezes, nas empresas, as empresas não permitem isso né, porque numa mesa de negociações você é o presidente né, ganha lá né alguns milhões por ano para ser o presidente, na hora da bucha, todo mundo olha para você né…

Luciano        É isso ai.

Elias             … e você, se você olhar para cima, para baixo, para o lado, você perdeu sua liderança.

Luciano        Mas isso é uma coisa interessante que você está chamando a atenção ai que é o seguinte: quem escolhe o assessor é o técnico, quem escolheu o assessor do Parreira foi o Parreira, quer dizer, o sujeito tem que ter a, eu não diria nem que é humildade, mas ele tem que ter inteligência de saber que é o seguinte: bom, eu não sou um cara de dar esporro, por isso eu tenho que ter comigo aqui um sargento que dê esporro para compor junto comigo essa persona, quer dizer, nós dois juntos compomos essa equipe que faz a liderança desse grupo aqui, até porque o grupo me cobra, quer dizer, se ele piscar o grupo come ele né?

Elias             Com certeza, você falou tudo. Você falou tudo.

Luciano        Mas é legal. Então vamos tentar agora voltar então na sua biografia, quer dizer, você foi para a Bandeirantes e lá você toca a sua vida.

Elias             Toco aquilo e ai, enfim, logo depois dessa situação eu estava no Santos para fazer uma apresentação do técnico, já bastante desmotivado com aquilo, 11 de setembro de 2001 né, eu estava lá e alguns companheiros de imprensa, isso era na parte da manhã, um deles com walkman, de repente esse companheiro grita: vocês não sabem o que aconteceu, um avião entrou no meio de uma torre gêmea. Falei, mau Deus do céu, estou no Santos para acompanhar a apresentação do Cabralzinho né e um avião entrou na torre gêmea, liguei para a redação né, falei Arthur, que era o meu chefe né, olha, acabei de saber que houve, né, uma invasão na torre gêmea, um avião entrou no meio de uma torre gêmea, houve uma catástrofe mundial né, mudou o conceito do mundo né.

Luciano        É, com o perdão da palavra, Cabralzinho a puta que o pariu… risos…

Elias             Você tirou a palavra da minha boca, você tirou o que eu falei para o Arthur, ai falei, Arthur, estou indo para a rua, vou fazer jornalismo, ele falou, fica ai que o Cabralzinho vai dar entrevista, isso era umas 10 e pouco, já fiquei né, assim né, com um caroço de abacate aqui na goela né, 10, 15 minutos depois…

Luciano        Cai a segunda…

Elias             … a segunda, eu ligo de novo, o Arthur fala para mim, fica ai que o Cabralzinho vai dar entrevista, falei Arthur, esse é o primeiro e último Cabralzinho que eu vou esperar na minha vida, estou fora. E ali sai e obviamente eu já estava envolvido naquele projeto do livro…

Luciano        Você já tinha escrito o livro do… sequestrador

Elias             … é… do sequestrador e já estava iniciando o livro do Samuel Klein.

Luciano        Então deixa eu fazer mais uma pauzinha aqui. Você escreveu o livro do sequestrador, não tinha nada a ver com o teu trabalho tradicional, quer dizer, você na hora vaga foi pesquisar e foi escrever, quer dizer, você durante um período que não era o teu período normal de trabalho, você estava se dedicando já àquilo que você achou que poderia vir a ser uma alternativa para você, é isso? Você foi em paralelo?

Elias             O que me chamou a atenção foi que aquela história podia mudar a vida das pessoas, de jovens, tirar alguns jovens que, como ele, achavam que o crime, aha não tem emprego, eu não tenho condições eu quero comprar uma calça tal, bateu uma carteira né, fez um sequestro relâmpago, pôs mil reais no bolso,  se joga e não volta mais para o mercado de trabalho.

Luciano        Quer dizer, a tua decisão não foi marqueteira, não foi de eu vou… está acontecendo um negócio eu vou lançar um livro e vou ganhar dinheiro com o livro, não era isso?

Elias             Não. Não porque eu vi os repórteres entrevistando as pessoas próximas a ele e elas elogiavam o jovem, então eu imaginei que aquele garoto podia ser meu filho, meu vizinho, filho de um amigo, ou seja né, que de dia ele tem uma vida e a noite ele cria uma vida dupla né, coloca um capote, uma arma e sai assaltando e a gente não sabe né,  então eu quis né, usar essa história para mostrar para os jovens que aquele caminho era errado e joguei essa ideia para ele, falei aha rapaz, eu estou aqui, primeiro porque eu acho que o sequestro é um crime, enfim, que eu não admito sequestro.

Luciano       Você entrevistou o garoto.

Elias             Entrevistei, eu fui o único do Brasil que conseguiu entrevistar esse rapaz, porque eu consegui uma autorização judicial para estar com ele por 60 dias na cadeia.

Luciano        Quanto tempo antes de ele morrer?

Elias             60… os 60 dias que antecederam a morte dele.

Luciano       Entendi.

Elias             Eu estive com ele né e ai estrategicamente eu achei que nos 60 dias, eu tinha 90 dias de autorização, eu tinha que ter a história para depois fazer alguns detalhes, então eu tinha essa história né mas eu mostrei para ele, falei olha Fernando, eu quero usar a tua história né, para mostrar pas os jovens que crime é cadeia e morte.

Luciano       O menino se arrependeu?

Elias             Se arrependeu.

Luciano      Ele sabia que ele ia morrer?

Elias             Não, na verdade ele se arrependeu, Luciano, porque ele tinha 22 anos, muito inteligente né mas amador né, ainda bem né, porque o criminoso…

Luciano        Bom, é que eu estou saindo já do caminho aqui, porque a gente fica curioso e quer saber né, mas deixa eu voltar para o caminho aqui, alo eleitor, ouvinte, é… perdão, como chama o livro?

Elias             “Você Acredita em Mim”.

Luciano        Muito bem, “Você Acredita em Mim” é o nome do livro de Elias Awad que conta a história do sequestrador da filha do Silvio Santos, compre o livro que fica sabendo da história, aqui o papo é liderança, vamos voltar aqui para o caminho lá.

Elias             Mas ai.. é um mau exemplo de liderança.

Luciano        Então, mas olha que interessante aqui, é o segundo chute pro alto que você dá, você deu um chute para o alto lá atrás, com 24 anos numa baita empresa, foi seguir a tua vida como jornalista e de repente, lá na frente de novo você está se estabeleceu, um cara reconhecido, está lá na Bandeirantes, chuta tudo de novo e vai buscar um negócio doido que é viver escrevendo livro com história das outras pessoas. Quer dizer, é a segunda vez que você faz isso cara, você é louco?

Elias             Olha, para o mundo sim né, e para mim eu apenas segui a minha convicção e busquei aquilo que eu disse para você, que é o meu combustível, que é a felicidade, então de 2001 para cá, eu quebrei todos os despertadores que eu tinha em casa, eu não preciso mais né, eu sou realizado, eu sou feliz né, eu vivo isso intensamente, eu escrevo até 3, 4 horas da manhã né, minha esposa as vezes acorda e fala, Elias, parece que você é uma criança que ganhou um brinquedo  né, os teus olhos brilham com aquilo né.

Luciano        Acontece comigo cara…

Elias             Você também?

Luciano        Aqui, por exemplo, eu estou gravando, para  mim isso aqui é o máximo tudo, eu vou para o trabalho, puta meu, eu chego no meu escritório eu estou feliz da vida e quando a turma vai, vamos para a chácara todo mundo, eu vou para a chácara com 8 livros debaixo do braço e a turma vem, porra você veio aqui para trabalhar, eu falei quem disse que eu estou trabalhando cara? Quem foi que disse que quando eu estou sentado aqui escrevendo eu estou trabalhando? Aha você está respondendo, eu não estou trabalhando coisa nenhuma cara, estou me divertindo entendeu? Isso aqui para mim é um tesão e é um tesão fazer esse tipo de coisa e eu faço, ai você vai falar, po, mas e o retorno cara, eu ganho menos do que eu ganhava antes, eu tenho menos segurança, tenho tudo menos, mas o tesão que eu tenho fazendo isso aqui, de jeito nenhum tinha lá e na idade que nós estamos cara, nos 50 anos, são raríssimas as pessoas que você encontra e fala assim, cara, eu tenho mais de 50 anos e tenho tesão pelo que eu faço, pelo trabalho que eu executo aqui, então isso é um baita de um privilégio que, de novo, não tem nada a ver com sorte, eu estou aqui porque eu tomei algumas decisões doídas no meio do caminho, e de repente abrir mão…

Elias             Quantas cicatrizes você tem ai?

Luciano        … abrir mão de um negócio certo e partir para outro, você fez isso duas vezes né?…

Elias             Com certeza.

Luciano        … e ai na segunda vez é essa de você de repente pegar o livro e falar bom, agora eu vou biografar alguém, como é que foi isso ai, surgiu de onde o Samuel Klein?

Elias             Foi uma loucura, porque eu tinha o maior sequestrador do Brasil e de repente comecei a escrever a biografia do maior varejista do Brasil né, eu falei meu Deus do céu, ai, Luciano, tudo começou né a fazer sentido para mim, porque eu entendi que Samuel Klein poderia ser o Fernando Dutra Pinto e o Fernando Dutra Pinto poderia ser o Samuel Klein, né?

Luciano        Poderia ser, dependendo de uma escolha que fizesse no meio do caminho.

Elias             Exatamente. De acreditar né, obviamente para um o caminho parecia mais fácil, o outro né, do Samuel Klein foi um caminho bem mais difícil, seu Samuel, um judeu polonês que foi prisioneiro da segunda guerra mundial, teve parte da família em campo de extermínio, ou seja, uma história linda, maravilhosa que tinha tudo para dar errado né, que tinha tudo para ser encerrada com 20 e poucos anos ainda na segunda guerra mundial e o dia que eu perguntei para esse homem porque que ele queria viver na segunda guerra mundial e ele me respondeu, porque acreditava que o amanhã ia ser melhor, ai eu tive a convicção que essas histórias, esse caminho das biografias mudava a vida das pessoas e quanto mais eu mudasse a vida das pessoas mais a minha vida ia mudar, então o caminho não é inverso, mudar minha vida para mudar a vida dos outros né, é mudar a vida dos outros para mudar a sua vida né e ai tudo começou, então o projeto do Samuel Klein veio por uma iniciativa né, de amigos né, eu coincidentemente conhecia boa parte deles né, em comum né, porque era do esporte.

Luciano      Nasceu de você a ideia? Vou biografar esse homem?

Elias             Não, não, eu fui procurado né…

Luciano       Aha entendi.

Elias             … por esses amigos, porque eu conhecia muitos, muitas pessoas da comunidade judaica, embora eu seja da comunidade árabe, do clube Macabi, até curiosamente lancei o livro do Fernando Dutra Pinto no Clube Macabi, que eles me abriram as portas ali e ali, quando surgiu a ideia do Samuel Klein…

Luciano        Alguém lembrou de você.

Elias             … alguém lembrou…

Luciano        tan tan tan tan

Elias             … ou seja, eu era o cara menos indicado…

Luciano        que sorte hein cara…

Elias             … para fazer isso…

Luciano        … de novo hein, que sorte hein cara… risos…

Elias             … a estrela está brilhando… risos…

Luciano        É verdade. Que legal, que interessante isso.

Elias             Enfim, então e ai começou e ai, do Samuel Klein veio Domingos Rigoni, veio Mister Fisk né. Agora, foi curioso porque nesse momento que você provoca uma mudança, talvez tenha acontecido com você também, vem a grande provação né, que é você destruir o teu sonho. Eu escrevi o livro do Samuel Klein falei, bom, agora o telefone não vai parar de tocar, e não toca né, deixei o telefone né, porque eu sou biógrafo do Samuel Klein…

Luciano        Claro.

Elias             … e fiquei lá de braço cruzado, primeiro dia nada, segundo dia nada, 5 dias depois toca o telefone, alo, tudo bem? Tudo bem e tal, da onde é? Da TV Record, quer fazer parte da equipe esportiva? Precisando trabalhar, precisando ganhar né, pagar as contas né e ai, Luciano, se você fala sim, você destrói o teu sonho…

Luciano        Acabou.

Elias             … acabou.

Luciano        Porque você se entregou.

Elias             Então né, com firmeza eu falei, olha, desculpe eu agradeço e tal, mas não é… e passa mais um tempo e nada, e liga a Bandeirantes….

Luciano        Aconteceu parecido comigo cara, sai da empresa que eu trabalhei tanto tempo, eu recebi também convites né, aha uma grande empresa quer você aqui, eu falei não, porque eu estou seguindo meu caminho né, puta me chamaram, podia ter um negócio legal me esperando, falei não e também não vou atrás, me ligar né o hadhunter né, você quer fazer um processo de seleção? Não, não quero cara, porque eu estou seguindo um negócio meu aqui, e quebrei a cara de montão mas isso não vem, não sou eu aqui o entrevistado né.

Elias             Isso é matéria prima para você…

Luciano        Claro, claro, claro. Mas que coisa interessante aqui, você me falou uma série de nomes de pessoas que me levam a crer que seus livros não são best sellers, não são livros que saem e vende 100 mil, eu imagino que o livro do Samuel Klein deve vender bem, porque é é o Samuel Klein, mas quando você pega outros que tem o nome menor, até porque o alcance não é uma coisa, por exemplo, o Oscar deve vender bem porque é o Oscar e a maioria não deve, deve vender ali na média, sei lá, o que, em termos de Brasil, qualquer livro que vender 10 mil é um baita de um best seller né…

Elias             Sem dúvida, exatamente.

Luciano        … e me fica clara uma coisa assim quer dizer, que é interessante, o Elias Awad não é um cara que escreve livro de biografia para ganhar a vida, ele acaba de dizer para mim aqui que ele faz isso porque ele acha que assim ele consegue mudar a vida das pessoas e a maioria das pessoas que eu converso aqui nesse programa, eu faço as entrevistas e quando eu espremo, eu chego num momento de decisão falo, cara, por que que você chutou o pau da barraca, ninguém nunca me disse que chutou o pau da barraca porque ia ganhar mais dinheiro fazendo outra coisa, era porque pintou uma luz e a pessoa descobre que era o meu talento fazer tal coisa porque assim eu mudo, eu mudo a vida das pessoas né e cara, 90% de quem conversa comigo diz a mesma coisa, quer dizer, minha missão é mudar a vida das pessoas, o dinheiro é consequência, o dinheiro vem lá atrás né. Como é que você enxerga isso ai, quer dizer, isso no papel da liderança né, de um líder, quer dizer, o líder é um cara cobrado para dar resultado, eu estou aqui, botei você nesse lugar na empresa porque você dá resultado, se não der resultado você está fora, etc e tal e de repente tem essa coisa do quero mudar a vida das pessoas, será que isso só pode existir se eu for dono da minha, do meu negócio, eu não posso pensar assim sendo funcionário de uma empresa, sendo dono da empresa, você biografou uma série de pessoas que estavam em posições de alta liderança, eram donos de um negócio né, esses caras tem poder para mudar a vida de todo mundo né, mas esses caras um dia foram jovens, estavam subindo e crescendo ai, como é que você vê essa coisa ai dessa visão de que eu posso mudar a vida das pessoas, mas ao mesmo tempo eu tenho que trabalhar para ganhar o meu ganha pão, ver o meu dia a dia e o que eu tenho que fazer é fazer com que a empresa ganhe dinheiro né, essas coisas são incompatíveis, como é que você vê, lembrando das histórias que você escreveu ao longo da sua vida?

Elias             Bom efetivamente essas pessoas que eu biografei, que eu tive a honra né de conviver, ou outras também que eu não biografei mas que eu conheci né, a fundo, elas tem muito esse objetivo mesmo né, de mudar a vida das pessoas, vou te dar um exemplo aqui, o Habib’s né, esse cara né, ele permite que com 15 reais o pai, a mãe e um filho, dois filhos, sentem numa mesa, sejam tratados dignamente né, chamados de senhor, senhora, vivam momentos né de humanismo né, de respeitabilidade né e ganhe dinheiro com isso, ou seja, ele muda a vida das pessoas e por acaso né, vendendo esfiha e quibe, ele ganha dinheiro, então isso é muito bonito né, é uma missão, qual é a tua missão? Eu acho que antes do dinheiro vem a missão né, então a missão é mudar realmente o pensamento das pessoas, com os meus livros eu não espero que alguém, que eu descubra um novo Samuel Klein entre os meus leitores né, mas eu não estou preocupado com isso, estou preocupado que se o Elias, se o Luciano lê o livro do senhor Samuel Klein, ele seja  melhor Luciano que ele pode ser na vida dele, não sei se ele vai ser o novo Samuel Klein né, mas que desperte, se esse homem saiu daqui e chegou nisso, como é que eu não vou reagir, eu não vou fazer algo né….

Luciano       Tem o exemplo diante de mim né?

Elias             Por mim né, então eu tenho realmente que né, esse homem tinha tudo para dar errado, então eu acho que essa é a grande situação, agora, o brasileiro quer ganhar dinheiro, o americano quer fazer dinheiro, né?

Luciano      Eita… Fiz um programa há um tempo atrás, o Café Brasil, exatamente sobre isso né…

Elias             É o make money né?

Luciano        … falava a diferença entre gain money e make money, ganhar dinheiro ou fazer dinheiro, o conceito do ganhar dinheiro vem lá da idade média quando eu ataco o meu vizinho, derrubo o negócio dele, conquisto, mato todo mundo e ganho aquilo que ele produziu e o conceito do fazer dinheiro, eu saio do zero e construo alguma coisa nova, quer dizer, o dinheiro não é uma, não existe uma riqueza absoluta que está ai onde quando você tira um pedaço alguém fica sem…

Elias             Exatamente.

Luciano        …  né, você pode construir aquilo né, isso é um conceito diferente e você tem razão cara.

Elias             E para construir você tem que comprar tijolo, você tem que contratar gente, você tem, ou seja né, tem mais gente fazendo né do que com aquele dinheiro vai para o mercado, ou seja, então eu acho que esse é o conceito né, primeiro a missão né, a transformação que isso provoca e ai fazer o dinheiro né, agora, desde que você também multiplique isso né, você recebe, porque tudo que eu recebo, se eu guardar comigo né.

Luciano       Sim, o dia que você morrer você vai deixar o dinheiro para alguém.

Elias             Exatamente.

Luciano       Mas então Elias, o líder cast é um programa que trata da questão da liderança, você entrevistou um monte de gente que, todos que você falou até aqui agora, todos se notabilizaram pela questão da liderança, você consegue indicar para a gente algumas características, você consegue ver em comum, quer dizer, esses caras que foram bem sucedidos, com quem você conversou, que ganharam muito dinheiro e que mudaram a vida das pessoas, que fizeram as pessoas se emocionarem e tudo mais, que características que você consegue olhar e falar assim, cara eu consegui notar que eles tem em comum isso mais isso mais isso, você já parou para pensar nisso, já fez uma planilha, uma tabela a respeito, você consegue lembrar?

Elias             Bom, eu acredito que o ponto mais forte disso Luciano, é que o poder de decisão né, tem que estar com o líder, eu acho que isso ele s não abrem mão, eles conversam, eles dialogam, eles ouvem né, repensam, mas na hora de falar é para a direita , é para a esquerda, o líder tem que se posicionar, então essa situação da liderança né compartilhada ela é importante, como te falei, no caso do futebol que tem o técnico, o auxiliar técnico, mas na hora de saber se vai entrar o João ou o Pedro né, é o técnico que tem que falar.

Luciano       A responsabilidade é minha.

Elias             É minha. E o grupo tem que ter essa confiança em você.

Luciano       Quer dizer que a culpa do 7×1 é do Felipão?

Elias             Eu entendo que sim, eu entendo que sim, porque ele é o técnico né, a responsabilidade é dele, ele escalou, ele guardou, agora só assim, eu fico triste de ver a degradação do ser humano Luís Felipe Scolari, que é o julgamento público né, eu acho que um homem que convocou 22 jogadores, escalou né, escalou errado né, talvez tenha se perdido né de tantos, da sequência de socos que tomou né antes de cair a nocaute né, 1×0, 2×0, 3×0, 4×0, 5×0, 5×0…. né…

Luciano        Sim, mas não é essa hora, essa não é a hora em que surge a liderança né, que você tem que… eu estava tentando entender aquele, acho que aquele é um grande paradigma né, aliás eu acho que aquele 7×1 é o momento em que o Brasil começa a mudar como um país, eu acho que aquele 7×1 foi o momento em que apagou toda aquela, havia um luminoso gigantesco, tinha estrela no céu, estava tudo lindo, maravilhoso, o Brasil é o país do futuro, está tudo dando bem e aquele 7×1 foi o momento em que falou cara, não é bem assim e de lá para cá, nunca mais o Brasil foi bem assim né, a gente voltou da, falou espera um pouquinho cara, nós não somos tudo isso, então o que estão contando para mim não é bem isso e de lá para cá o Brasil vem num caminho de rever e a gente está questionando uma porrada de coisa mostrando que…

Elias             Abrir caixa preta né.

Luciano        … a conversa toda era tudo papo furado né, então eu acho que o 7×1 foi o momento chave, não pelo 7×1 em si, mas por aquela coisa do, quebrou o encanto e de repente parece que tirou aquele, tirou a fumaça da frente, a gente enxergou, falou po, espera um pouquinho, a coisa não é tão clara assim e a coisa não é tão bonita como estão pintando aqui né.

Elias             A princesa não casa com o príncipe no final né?

Luciano        Exatamente né. E ai eu estava tentando analisar outro dia falando, cara, mas será quanto tem do Felipão, o dedo do Felipão, será que se ele tivesse escalado outro cara ia ser diferente né? Será que a questão não é ter faltado um jogador chave ali no meio, um jogador, um Rivelino, para dar, um Romário, chamar os outros 10 e botar os caras para, cara acorda, dá um tapa na cara de todo mundo e fazer acordar e ai  extrapola a questão do técnico, não porque o material que ele tinha era aquele, eu ão sei se ele tinha alguém no banco para botar lá e ai, de novo, discutindo a questão de liderança né, quer dizer, cabe ao técnico, ao líder escolher as peças que ele vai colocar lá, então se ele escolheu errado, ele é o responsável pelo 7×1, mas eu acho que no caso do 7×1 não foi isso e qualquer um que estivesse lá ia dar 7×1, né?

Elias             É, eu acredito que o 7×1 confirmaram a perda da liderança do Felipão, alguma sequência de hiatos aconteceu, como você bem disse, bom, primeiro em 2002 ele pegou um time de gênios, desmotivado né. E ele falou eu vou fechar com vocês né, tanto que naquele momento ele abriu mão do Romário né, ele abriu mão de um destaque né, poucos fariam isso. Mas ele sabia que ele tinha né, talvez naquele momento da carreira do Romário ele não fosse tão importante né, se fosse certamente o Felipão levaria, então primeiro ponto do Felipão foi fechado com o grupo em valorizar aquele grupo e usar o que o mundo, o mercado de fora falava de você.

Luciano        O que você quer dizer para mim é que ele tinha matéria prima melhor em 2002 do que teve agora.

Elias             Também e usou o modelo, ele usou o mesmo modelo né agora em 2014, isso com um grupo bem mais fraco, por exemplo, você escalaria o Fred na terceira partida consecutiva?

Luciano        De jeito nenhum.

Elias             Então ele manteve o Fred e mostrou fraqueza perante o grupo, certamente dos 22, tirando o Fred né, 21 não queriam o Fred ali, esse cara está morto né e ele manteve o Fred, talvez né por não criar uma luta de braço, alguma coisa que aconteceu lá dentro, eu não estava vivendo né a seleção, então eu acho que o enfraquecimento do Felipão né, como líder, foi acontecendo.

Luciano        Que lição a gente tira dai hein, em termos de liderança?

Elias             Que a liderança tem que ser reciclada né, o teu modelo de liderança utilizada talvez há algum tempo, ele precisa ser revisto numa outra condição, talvez até semelhante, mas com outra peças, com outro momento, enfim, então se num momento era mão na cabeça, talvez no outro é tapa na bunda, não sei né, mas ele precisa ser revisto, então acho que o Luís Felipe Scolari ele é um exemplo de um homem sério, um homem íntegro…

Luciano        Quer dizer, é uma coisa o ser humano Luís Felipe Scolari é um sujeito admirável…

Elias             Com certeza.

Luciano        … tem uma história fantástica, não chegou onde chegou por acaso, ele tem mérito, ele tem títulos, ele tem uma história gigantesca para contar, no meio do caminho tem um desastre né, esse desastre que até se pode reputar ao fato de ele estar lá mas é um peso que você carrega, puxa o líder.

Elias             Com certeza e marcou sessenta e tantos anos da vida dele.

Luciano        E ele poderia, inclusive, ter jogado a culpa em todo mundo e ele não fez isso, ele chegou lá e falou a culpa é minha, e isso é admirável né, é admirável.

Elias             Com certeza. E é o estilo de liderança do Felipão né, dificilmente ele vai, aliás, quando acontecia isso né, na época que eu era repórter esportivo, de algum jogador reclamar em público, levar alguma informação para fora, o Luís Felipe ficava muito bravo com isso né, que ele via que aquilo devia ser…

Luciano        Ele entendia que aquilo, ele tinha um ônus e o bônus da situação em que ele estava lá. Interessante cara, po, você tem um trabalho muito legal…

Elias             Obrigado Luciano.

Luciano        … muito legal. Você está, qual é o livro mais recente que você lançou, você me deu de presente aqui agora o livro do Oscar.

Elias             É, eu lancei o livro do Oscar Schmidt, lancei também do Celso Moraes, da Kopenhagen Chocolates né, e da Chocolates Brasil Cacau, esses foram os mais, que não pode falar últimos, tem que falar o mais recente né, porque, e agora estou envolvido nesses projetos novos que são os livros né do Sr, Armindo, do Royal Palm Plaza Hotel, do Mário Gazin que é uma história linda, maravilhosa de um ser humano na acepção da palavra…

Luciano        Mario Gazin de onde é? De onde ele é?

Elias             Ele é da Rede Gazin de lojas de varejo, é a quarta rede do varejo no Brasil, atrás do Magazine Luisa, mas é um americano, chama de self made man, literalmente veio do nada, construiu um império, uma empresa que fatura quase quatro bi…

Luciano        Quem é o biografado que você gostaria de ter feito a biografia e não vai poder mais fazer porque ele não está mais vivo? Quem é o cara?

Elias             Antônio Ermírio de Moraes seria ele…

Luciano      Você queria contar um negócio…

Elas              Eu gostaria, gostaria muito, eu trabalhei né na Votorantim, vi o estilo de liderança do Dr. Antônio Ermírio de Moraes, gostaria de biografar o Zagalo né, tenho um respeito também pela história que o Zagalo…

Luciano        Po, o Zagalo ta ai, ainda dá hein cara, eu não vi nada do Zagalo.

Elias             Está ai, não mas ele, eu conversei um pouco com ele assim mas ele não se mostrou né, que eu acho que é egoísmo isso viu Luciano.

Luciano        Mas eu acho também cara, ele tem uma história fabulosa para contar ali e com uma coisa que é interessante, quer dizer, ele chega num momento da vida dele que não precisa provar mais nada para ninguém né, ele se afasta, ele tem um histórico de resultados que ninguém tem igual, portanto você goste ou não goste vai ter que engolir o Zagalo né e ele pode agora virar para trás e falar cara, eu vou contar o que aconteceu comigo e pode abrir, evidentemente tomando cuidado para não destruir a imagem de pessoas que não pode ser destruída, mas ele tem uma coisa maravilhosa que é a história de um futebol brasileiro nos últimos 60 anos, é isso?

Elias             Aha, com certeza…

Luciano        Por ai, 60 anos né? E ele não se mostrou…

Elias             Não, infelizmente ele não se mostrou interessado, foi bastante triste porque né, eu tenho, como te falei uma admiração, gostaria né como biógrafo de poder escrever essa história, agora, o meu sonho de consumo né, é escrever a história do maior comunicador, do homem mais imitado do Brasil.

Luciano       Silvio Santos

Elias             É, eu tive o privilégio de estar com ele há algum tempo né, enfim, foi um encontro casual, descobri que ele ama biografias né, dei várias biografias para ele…

Luciano       Já tem né, biografia dele, ele fez.

Elias             Tem, foi escrita pelo Arlindo Silva.

Luciano       Eu tenho essa…

Elias             Você tem né?

Luciano        Tenho, eu ganhei.

Elias             Então, o Arlindo Silva foi o primeiro jornalista que apostava que aquele jovem ia se tornar um grande comunicador né.

Luciano        Silvio Santos é um gênio cara.

Elias             Gênio.

Luciano        Ele é um gênio, e tem coisa que a gente tem que considerar aqui, que é uma coisa que eu sempre falo para as pessoas, o cara aha eu não gosto dele, cara, ele no papel que ele executa, ele é um gênio. Hebe Camargo, no papel dela era genial, eu nunca vi nada igual na minha vida, que eu fui no programa da Hebe, vi ao vivo e não seis e eu vou conseguir enxergar alguém com o domínio e a capacidade que ela tem, ela se sentia…

Elias             Você falou tudo.

Luciano        … cara, é impressionante o que ela fazia.

Elias             Gagueja, troca palavra, mas é um carisma.

Luciano       Nada, e era engraçada…

Elias             É.

Luciano        Ela transformava um erro, a falha, a falha era uma delícia, a simpatia era um negócio fabuloso e a gente tem que olhar para isso ai e falar cara, que características são essas que eu deveria buscar, deveria admirar, por que? Qual a capacidade que o cara tem ai, o cara está com 80 e tantos anos de idade e continua levando adiante né. Mas deixa eu fazer agora, para a gente chegar no nosso finalmente aqui uma pergunta meio como curiosidade, você viu que há algum tempo teve uma baita discussão no Brasil ai em função da proibição das biografias, aquele grupo foi lá, os cantores, não se pode biografar porque, nós temos que ter a participação, etc e tal e se criou aquela ideia de que vamos censurar as biografias e você logo no começo da entrevista falou, eu me preocupo em fazer biografias com as pessoas autorizada porque o desafio de tirar do coração aprece que faz parte do teu negócio né. Como é que você viu aquela polêmica, o que que você acha daquilo tudo, como é que você enxergou aquela coisa que toca muito no teu trabalho né, aquela, o que que você, como é que você viu aquilo tudo?

Elias             Então, eu acredito que se banalizou absurdamente essa conversa, discussão, fiquei até muito triste né, por entender que em função de alguns depoimentos né, que a preocupação daquele grupo né, formado por Gilberto Gil, Caetano Veloso e tal, era com o dinheiro da situação, Luciano, o sr. Samuel Klein, ele me deu o maior patrimônio que ele construiu na vida dele, eu sou herdeiro né, embora não tenha Klein no sobrenome, eu recebi a maior herança que Samuel Klein construiu, é carro, é lancha, é não. É a história de vida dele né. Então essas pessoas não estão entendendo isso né e que ficam preocupados em saber se o cara brigou com a cunhada, se brigou com o vizinho né, agora, a essência disso volta a me fundamentar nessa palavra é como essa pessoa, da onde ela veio, como ela construiu isso né, e o que isso pode mudar a vida das pessoas, porque uma hora a nossa vida mostra muita coisa, por exemplo, hoje eu entendo porque quando eu era criança né, eu jogava futebol de mesa, botão e ficava narrando o jogo e depois pegar uma caneta e entrevistava o jogador de botão né, aquilo já estava…

Luciano        Estava lá a semente.

Elias             … estava mostrando alguma coisa né? Na sala de aula, gostava de ler o texto, descrever o texto né, na Votorantim, eu fazia as melhores relações lá né, comerciais, tinha que escrever uma carta, pede para o Elias escrever, não entendia muito porque aquilo acontecia, hoje eu entendo, porque…

Luciano        As pessoas que eu converso são sempre assim, ela nota que ela tem alguma, ela tem um talento que está lá dentro e algumas conseguem conduzir isso para um caminho de chegar nesse ponto nosso aqui, quer dizer, eu amo o que eu faço, eu tenho um tesão naquilo que eu faço e estou nisso aqui porque eu escolhi estar aqui, não porque a vida me trouxe para esse momento aqui né.

Elias             … por que que eu me formei? Por que eu fui repórter? Para aprender a tirar das pessoas com as perguntas o que elas tem de melhor.

Luciano        E agora você é um baita biógrafo porque aprendeu como fazer isso lá atrás né.

Elias             E por que me formei em administração de empresa? Para entender a cabeça do empreendedor, do empresário, passar por aquilo né, então quando eu biografo Samuel Klein, quando eu biografo Mário Gazin, eu sou do varejo, eu sei, eu conheço um pouco né.

Luciano        Entendo do que eles estão falando.

Elias             Quando eu biografo o Oscar Schmidt, eu vivi o esporte, então tudo o que a gente vive né, é uma camada né…

Luciano        Que vai construindo…

Elias             É um tijolo.

Luciano        … o que é o Elias Awad de hoje.

Elias             Exatamente em uma hora

Luciano        Você não está aqui por acaso e foi construído tijolo a tijolo né.

Elias             Tudo aquilo que mostra.

Luciano        Elias, fantástico cara…

Elias             Obrigado.

Luciano        … quem quiser ter contato com o teu trabalho, você tem um site, você tem um lugar que a pessoa te encontra, se quiser ler teus livros, como é que faz para achar?

Elias             Bacana, então vamos lá, o site é www.eliasawad.com.br, meu e-mail é eliasawad@eliasawad.com.br e tem também o palestras@aliasawad.com.br, porque também é uma forma de compartilhar né tudo que eu…

Luciano        Você conta essas histórias? Tua palestra são fragmentos dessas entrevistas que você fez, das biografias que escreveu e conta na palestra algumas coisas sobre liderança, é isso?

Elias             Exatamente e assim, eu construo uma biografia de sucesso passando por essas etapas das pessoas e, enfim, principalmente com modelos de sucessão e outros temas importantes que essas pessoas viveram e que eu recebi.

Luciano        Muito bom.

Elias             Obrigado Luciano.

Luciano        Elias, muito obrigado de você ter vindo aqui, olha foi muito legal, realmente abriu um caminho interessante ai, eu acho que vou ter que chamar mais vezes ai para a gente entrar por um caminho, alguns caminhos, eu fiquei pulando aqui para ouvir mais a respeito, mas isso aqui é só a primeira temporada do líder cast, eu vou ter a chance de ter você aqui comigo outra vez, pode saber. Muito obrigado por ter vindo.

Elias             Eu que te agradeço e olha, vou te falar, apresentador bom é assim, quando a gente olha no relógio a gente fala, meu Deus do céu, já passou uma hora. Então parabéns viu. Você nasceu para apresentar, realmente muito gostoso, obrigado, parabéns pela sua história e trajetória também que é uma honra, obrigado.

Luciano        Obrigado.