O Terrorista
Jorge De Lima - Iscas Olhos&Alma -Quem hoje em dia pode ser considerado terrorista? Quem mata mais, o homem bomba ou o político que desvia milhões para enriquecimento ilícito? O que explode a redação de um jornal ou o que desvia milhões de um serviço de saúde como o rombo feito no hospital do Câncer em Goiânia? Qual é a pior praga de nossa época? Estes dias a cidade Luz foi abalada por uma série de atentados feitos pelo terrorismo.Vi uma imensa comoção popular e da imprensa na discussão clássica em sobreposição de valores no jogo de mídia. Vamos fechar as fronteiras, vamos combater o inimigo, vamos impor novas regras e dificultar para dar cidadania aos imigrantes, um discurso bem convincente a um país que enfrenta uma imensa problemática de desemprego, realidade da França. Mas isto não vai funcionar por que os terroristas assassinados são cidadãos franceses, que viviam legalmente no país, extremistas capitados pelo fanatismo de vertente religiosa, que podem tudo em nome de “Deus”. Quem é este bandido? Por que tanto ódio, tanto desejo de vingança? Quem é este inimigo que mora ao lado de sua casa e que anda nas ruas como você? O terrorismo é a meu ver um braço doentio do fanatismo que por aqui sobra, existe aos milhares. Os cegos que idolatram uma ideologia política galgada na corrupção, que discursam moralidade e ética enquanto que nos bastidores se alimentam do desvio de verbas é um bom exemplo. O fanatismo é tamanho que seu crime é o suicídio ideológico, muitos estão com a corda no pescoço após terem elegido um governo de “esquerda” e que em dois meses após o pleito, aparece uma outra realidade com um governo de centro direita com amplo emprego de medidas neo liberais com corte de direitos trabalhistas. Fundamentalismo que distorce a realidade que apregoa a tentativa de censura e cerceamento da livre expressão apregoadas? Se não entende o que digo tente dialogar com um extremista partidário e tente lhe mostrar nossa realidade e veja o que ocorre? O fanático jamais percebe o que existe além de suas crenças, e por ela mata e morre. Distorce com fervor a realidade em que vive em nome de seu ideal, mesmo que ele não exista. O extremismo e o fanatismo são o mesmo braço da incoerência, da ruptura de ideologia, do tornar lícito o ato: da violência, da corrupção, da ditadura, da agressão, da mentira, da ruptura ideológica. Alguns matam em nome de Deus outros em nome de uma carteira cheia, uns com armas e tiros outros com contratos e canetas. Por aqui nossos terroristas usam barba, ternos, gravatas, tem vida suntuosa, embora apregoem a divisão igualitária das riquezas… suntuosidade socialista? Ou comunismo bancário? Para qual divindade reza este fanático que diz uma coisa e faz outra?