Cafezinho 47 – Os poblema
Luciano Pires -Cara, como as mídias sociais revelaram o tamanho do desastre que assola nossa língua portuguesa! As áreas de comentários são um pesadelo de erros de português, de raciocínio, de incapacidade de interpretação de textos. E ainda tenho de ouvir os que me acusam de preconceito linguístico com que escreve errado, fala errado, entende errado.
A linguagem pobre incentiva os pensamentos pobres que incentivam o empobrecimento da linguagem… E lá vamos nós na espiral da mediocridade. Ampliar seu repertório de palavras e a capacidade de juntá-las de forma a ter sentido, não é frescura ou elitismo. É ferramenta de sobrevivência! Quem consegue escrever e falar com clareza, consegue pensar com clareza. E pensar com clareza é o primeiro requisito para quem quer, por exemplo, reformar a política brasileira. Ou a economia. Ou a segurança… No mínimo tem mais condições de entender o que é que se pretende, os planos e propostas dos reformistas.
Meu, dá até pra criticar!
Então a defesa do português bem falado e escrito não é um detalhe sem importância! É parte de qualquer movimento que tente melhorar este país. Falar direito ajuda a pensar direito. Tem a ver com capacidade de julgamento, com a percepção da própria ignorância. Com a capacidade reflexiva do indivíduo.
Quem não fala nem escreve direito o próprio idioma, pode assumir um cargo de exposição pública, onde servirá como referência para milhões de pessoas? Onde terá que assinar uma lei que não entende? É normal isso? É aceitável? Tem gente que jura que é, que acha que o sujeito, pela origem humilde, tem licença para errar. Pois eu repilo, como diria o Zé Dirceu.
Olha, pode ser que você não se incomode com esses detalhes. Talvez até sinta-se tentado a me acusar de preconceituoso e elitista. Quer saber? Tudo bem. Cada um com seus poblema.
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